Leia o poema abaixo:
Era um sonho dantesco... o tombadilho.
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas.
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..."
O poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, é um dos mais conhecidos da literatura brasileira. Concluído em 1868, o poeta retrata as angústias do tráfico negreiro ao longo do século XIX, no Brasil. Nesse sentido, analise as afirmações.
I – O tráfico de escravos oriundos da África iniciou-se em meados do século XV e se estendeu até o século XIX com a proibição do tráfico, com a Lei Eusébio de Queiroz.
II – Os negros capturados ou negociados pelos portugueses na Costa africana eram levados para as embarcações lusitanas e distribuídos de acordo com as necessidades mercantis.
III – Homens, mulheres e crianças ocupavam o mesmo espaço nas embarcações portuguesas. Essas viagens eram marcadas pelas péssimas condições de sobrevivência, onde a fome, as doenças e até a morte se fizeram presentes.
IV – Nesse estado de “coisa”, o negro africano era visto como um mero objeto de trabalho. Caso perdesse a vida ou ficasse muito doente, era lançado ao mar durante a viagem. Todo esse processo foi alimentado por Portugal até o século XIX.
Está correto o que se afirma em:
Alternativas
Alternativa 1:
I e III, apenas.
Alternativa 2:
II e IV, apenas.
Alternativa 3:
I, II e III, apenas.
Alternativa 4:
II, III e IV, apenas.
Alternativa 5:
I, II, III e IV.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Alternativa 4:
II, III e IV, apenas.
Explicação:
O artigo examina as relações entre o tráfico negreiro transatlântico para o Brasil, os padrões de alforria e a criação de oportunidades para a resistência escrava coletiva (formação de quilombos e revoltas em larga escala), do final do século XVII à primeira metade do século XIX. Valendo-se das proposições teóricas de Patterson e Kopytoff, sugere uma interpretação para o sentido sistêmico do escravismo brasileiro na longa duração, sem dissociar a condição escrava da condição liberta, nem o tráfico das manumissões.
Resposta:
I,II,III e IV
Explicação:
I – O tráfico de escravos oriundos da África iniciou-se em meados do século XV e se estendeu até o século XIX com a proibição do tráfico, com a Lei Eusébio de Queiroz. CORRETO
II – Os negros capturados ou negociados pelos portugueses na Costa africana eram levados para as embarcações lusitanas e distribuídos de acordo com as necessidades mercantis. CORRETO
III – Homens, mulheres e crianças ocupavam o mesmo espaço nas embarcações portuguesas. Essas viagens eram marcadas pelas péssimas condições de sobrevivência, onde a fome, as doenças e até a morte se fizeram presentes. CORRETO
IV – Nesse estado de “coisa”, o negro africano era visto como um mero objeto de trabalho. Caso perdesse a vida ou ficasse muito doente, era lançado ao mar durante a viagem. Todo esse processo foi alimentado por Portugal até o século XIX. CORRETO