Leia o poema abaixo, de Oswald de Andrade:
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Disponível em: Acesso em 11 jul 2017.
A partir de seus conhecimentos acerca da colocação pronominal, podemos afirmar que:
A gramática é responsável por normatizar o uso da língua e, nesse caso, somente o bom negro e o bom branco utilizam corretamente a gramática de acordo com as regras estabelecidas, principalmente em relação à utilização dos pronomes.
Há uma crítica à gramática normativa quanto à utilização na língua culta (dê-me) em relação ao que é utilizado na língua coloquial (me dá), demonstrando que o mais importante é a comunicação efetiva entre os interlocutores.
O poema quer mostrar e criticar a língua coloquial utilizada pelo professor, aluno e o mulato sabido e privilegiar o uso correto do pronome que, nesse caso, é praticado pelo bom negro e o bom branco da nação brasileira.
A gramática normativa traz como correta a utilização do pronome pessoal do caso oblíquo no início de frases como acontece no último verso “me dá um cigarro”, por isso o poeta recomenda esse uso para toda a nação brasileira.
A nação brasileira, nesse poema, é responsabilizada pela utilização inadequada da colocação “me dá”, embora o bom branco e o bom negro façam parte da mesma elite que o professor, o aluno e o mulato sabido.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Há uma crítica à gramática normativa quanto à utilização na língua culta (dê-me) em relação ao que é utilizado na língua coloquial (me dá), demonstrando que o mais importante é a comunicação efetiva entre os interlocutores.
Explicação:
Quando Oswald diz que, em contraposição com a gramática utilizada pelo professor, pelo aluno e pelo mulato sabido, a população brasileira (representada por "bom negro e bom branco") diz para que a formalidade seja deixada de lado e utilizam "me dá um cigarro", há uma crítica sim à gramática, pois nos dois casos a pessoa será entendida e atendida. Afinal, usar um "me dá algo" não vai prejudicar o entendimento do seu interlocutor.
Com o contraponto das expressões "dê-me" e "me dá", a resposta para a questão acaba sendo a alternativa A.
A crítica é referente ao modo como a norma culta da língua portuguesa determina e o modo como a língua se comporta sendo falada pelo povo. Há uma busca por uma maior valorização pelo coloquial.
O ponto em questão é que o principal para uma comunicação ser efetiva é que o receptor da mensagem consiga decodificá-la da maneira correta, a maneira a qual o emissor gostaria e que a comunicação consiga ser realizada, independente dela ter sido feita de forma culta ou informal.
Saiba mas em:
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