Leia o poema a seguir:
Vício na fala - Oswald de Andrade
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
O caráter dinâmico de qualquer linguagem é validado através de suas variações linguísticas, em que insere no idioma um pouco da história e cultura da população que o fala. Essas variações podem ser diferenciadas não apenas por seu vocabulário, mas também com mudanças na gramática, na fonologia e na versificação. É importante destacar que essas variações no português não constituem erro. Elas são consequências dos hábitos históricos, culturais, religiosos, políticos e artísticos, que acentuam a riqueza de vocabulário e de pronúncia.
Neste contexto, Oswald de Andrade apresenta a linguagem de uma porcentagem de brasileiros que não compartilham do cotidiano linguístico da maioria da população.
Dentro do poema Vício na fala, podemos observar as palavras “mio”, “mió”, “pió”, “teia” e “teiado” representando um tipo de variação linguística.
Fonte: ANDRADE, O. Literatura comentada. São Paulo, Nova Cultural, 1988
Assinale a alternativa que apresenta palavras com essas mesmas variações apresentadas no poema de Oswald de Andrade.
( ) “Uma mala de garupa e uma bombacha e me desse; Queria boinas e alpargatas e um cachorro companheiro” (Chitãozinho e Xororó – Guri)
( ) “Voote menino, o que, que é isso, p'ra onde tu vai assim abestado! Com esse aperriamento todo... (Antônio Montes – Lorota)
( ) “Se o amor fosse crime... seria casual, fortuito ou de “força maior”, nunca seria omisso. Ninguém ama por negligência. Ninguém ama por imperícia” (Anderson Sant'Anna - Teoria do Amor).
( ) “Que grande espanto é cuidar; Como se sustém o mundo. Quam perto está de pasmar; Quem às cousas vê o fundo” (Garcia de Resende – Sentença).
( ) “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas” (Carlos Drummond de Andrade – Antigamente).
Soluções para a tarefa
Resposta:
“Se o amor fosse crime... seria casual, fortuito ou de “força maior”, nunca seria omisso. Ninguém ama por negligência. Ninguém ama por imperícia” (Anderson Sant'Anna - Teoria do Amor).
Explicação:
Corrigido DNM.
A alternativa com o trecho extraído do poema de Anderson Sant'Anna está correta, pois está diretamente ligada aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Podemos citar como exemplo dessa variação linguística as gírias, os jargões e o linguajar caipira. É uma variação social e pertence a um grupo específico de pessoas. O poema de Oswald de Andrade apresenta palavras caipiras, que denota uma população com pouca instrução. Já o poema de Anderson Sant'Anna apresenta diversos jargões profissionais de advogados e juízes.
Resposta:
( ) “Se o amor fosse crime... seria casual, fortuito ou de “força maior”, nunca seria omisso. Ninguém ama por negligência. Ninguém ama por imperícia” (Anderson Sant'Anna - Teoria do Amor).
Explicação: