Português, perguntado por bethypbarbosa, 1 ano atrás

LEIA COM ATENÇÃO O TEXTO DE APOIO ABAIXO:

Sobre amigos



Adolescentes parecem não ter medo de nada. Não têm medo de velocidade, guiam carros e motos como loucos, na certeza de que são invulneráveis. Não têm medo das drogas, experimentam de tudo, na firme certeza de que nenhum mal poderá lhes suceder. Não têm medo de sexo, e vão gozando dos seus prazeres descuidados que muitas vezes terminam em gravidezes que arrasam vidas e em Aids. Parece, inclusive, que não têm medo de morrer. Loucões.

Mas adolescentes têm um medo medonho da solidão. Não conseguem ficar sozinhos, com eles mesmos. A solidão os deprime. Por isso não desgrudam do telefone. Por isso estão sempre em grupos. Mas essa sociabilidade de que é feito o grupo é o oposto da amizade. Porque ela é feita de igualdades. Todos têm de ser iguais. Quem é diferente está fora, não pertence. Não é convidado. Fica em casa.

A amizade é o oposto. Ela começa quando a gente não pertence a grupo algum. A amizade é o encontro de duas solidões. Duas solidões, juntas, fazem uma comunhão. (...)

Sei que vocês têm tristezas. É pra espantar a tristeza que vocês fazem tanta festa, ouvem música tão alto, procuram sempre o agito (...). É preciso espantar o medo de ficar adulto. Ficar adulto é se encontrar com a solidão,quando não mais se pode gritar: “Mãe, me pega no colo!”, “Pai, me tira do buraco!”. Aí se entende que tristeza é parte da vida, e não é para ser curada com remédios de psiquiatras. A tristeza é para a gente ficar amigo dela. Quem faz amizade com a tristeza fica bonito, fica manso, fala baixo, escuta, pensa. (...)

Amigos são raríssimos. (“Eu quero ter um milhão de amigos”: o Roberto Carlos estava louco quando escreveu isso. Amizade requer tempo. Como posso ter tempo para um milhão. Deveria reescrever a canção: “Quero ter um milhão de fãs”). Não importa. Basta um amigo para encher a solidão de alegria.

(Rubem Alves. E aí? – Carta aos adolescentes e a seus pais. Campinas: Papirus/Speculum, 1999. P. 58-60)

=======================================================================



De acordo com o texto lido acima:



1. Como você encara a questão das diferenças na sociedade contemporânea?

Soluções para a tarefa

Respondido por GregoryMakelvim
2
De forma relevante, sempre tentando não desfazer do outro por ter uma condição de vida desfavoravel. Fazer isso, ainda mais em um grupo de amigos pode ser positivo porque o outro pode se espelhar e fazer o correto também. Logico que o que pode não fazer diferença pra mim, pode ter enorme diferença para o outro, por isso as pessoas se unem com quem se identificam, mas tem de se manter sempre o respeito e não humilhar o outro por ser diferente, ninguem é obrigado a socializar com quem nao deseja, mas é importante o dialogo as vezes para conhecer ideias diferentes da sua.

bethypbarbosa: OBRIGADA!!
Respondido por cecis
0
A sociedade moderna veio com inúmeros avanços, confortos, facilidades....mas o preço a se pagar talvez seja alto demais....Perdeu-se o sentido de família, de amizade, de respeito...tudo é facil demais, urgente demais! Não se mede consequências, até que as consequências venham gritar à nossa porta: doenças, solidão, abandono...temos urgência de que nossos filhos cresçam, estudem e conquistem bons empregos, boas escolas, boas famílias, e esquecemos do mais importante: o diálogo, o carinho e, acima de tudo, o exemplo: quero exigir o que não demonstro...é preciso rever valores e ensinar nossas crianças a importância do calor humano, da amizade, do respeito e do diálogo.

bethypbarbosa: OBRIGADA!!
Perguntas interessantes