Leia atentamente os dois textos abaixo para responder às questões que se seguem:
Texto 01
Secretaria vai apurar se houve omissão de socorro
DE SÃO PAULO – A Secretaria da saúde informou que instaurou uma comissão para apurar se houve omissão de socorro no caso do morador de rua Miguel Centurion, 37, que passou vinte horas caído na frente de um pronto-socorro.
Ele só foi atendido depois que a reportagem da Folha interveio. O pronto-socorro dizia que não podia atendê-lo sem que o Samu o levasse. Já o Samu se recusou a ir até o local.
A Secretaria afirmou que nem o hospital nem o Samu podem recusar atendimento.
Centurion continuava internado e passava por exames no início da noite de ontem.
FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 27 jan. 2012. Cotidiano, C12. Disponível em: .
Texto 02
Tão perto, tão longe
SÃO PAULO – O sujeito passa mal na rua diante de um pronto socorro, mas não consegue atendimento porque não está nem perto o bastante para ser carregado pelos enfermeiros nem longe o suficiente para que se acione o serviço de ambulância.
Se fosse no cinema, o roteirista seria tachado de mirabolante e inverossímil, mas, na vida real, o fenômeno não só acontece como se repete com alguma frequência.
A porta de um hospital é terra de ninguém. As rotinas de atendimento não antecipam que se apanhe o paciente na rua, e algumas chefias interpretam a ausência de previsão como proibição, que pode ser implementada a ferro e fogo, em especial se o paciente é um mendigo.
Dizem, não sem uma pontinha de fundamento, que, se algo acontecer no trajeto entre a rua e o pronto-socorro, o funcionário que faz o transporte é que seria responsabilizado.
Pelo manual, caberia ao Samu realizar a transferência do paciente, mas este serviço muitas vezes alega – e com razão – que tem coisas mais importantes para fazer do que carregar para as dependências do hospital alguém que já está à sua porta.
No fundo, temos aqui o dilema essencial da burocracia. Se, de um lado, sistemas dependem de rotinas e padronizações para funcionar bem, de outro, a aplicação mecânica e irrefletida de regras (ainda que razoáveis) pode engendrar verdadeiros absurdos, como deixar um paciente grave sem atendimento.
O problema não se limita a hospitais. Uma boa receita para produzir o pior dos mundos é aplicar com máximo zelo todas as leis vigentes.
A solução para evitar esses paradoxos, além de rever e aprimorar continuamente os protocolos é deixar que as pessoas usem o seu bom-senso. Na média, ele mais acerta do que erra.
Essa ao menos foi a aposta da natureza, ao dotar os humanos de cérebros capazes de comportamento flexível, isto é, de responder de forma diferente a diferentes situações.
SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de S. Paulo, São Paulo, 27. Jan. 2012. Opinião, A2. Disponível em: .
- Em relação ao gênero, os textos são respectivamente:
Escolha uma:
a. uma notícia e uma carta
b. uma notícia e uma receita
c. uma carta e um relatório
d. uma notícia e um artigo de opinião
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d. uma notícia e um artigo de opinião
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