Leia as estrofes do poema “Autopsicografia”, de Fernando Pessoa:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
PESSOA, Fernando. Cancioneiro. In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983. p. 98.
1. Que figura de linguagem foi empregada nos dois últimos versos da segunda estrofe? Justifique.
2. Que termos os pronomes “ele” e “eles” retomam nos dois últimos versos?
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1. A figura de linguagem é a elipse, que é a omissão intencional do termo “dores” no terceiro verso e “dor” no último da segunda estrofe. Há duas justificativas: a primeira é o fato de o contexto linguístico possibilitar a omissão das duas ocorrências da palavra “dor”, porque ela foi citada anteriormente nos versos e, portanto, não prejudica a clareza; a segunda é a obediência ao número de sílabas métricas do poema, composto por versos de sete sílabas.
2. O pronome “ele” retoma o termo “o poeta”, da primeira estrofe; “eles” retoma “os que leem”, como indicam as flexões de pessoa do discurso (terceira – com quem se fala), assim como de número (respectivamente, singular e plural) e de gênero (masculino).
HABILIDADES:
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.
(EF89LP29) Utilizar e perceber mecanismos de progressão temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes demonstrativos, nomes correferentes etc.), catáforas (remetendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de organizadores textuais, de coesivos etc., e analisar os mecanismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do conhecimento.
Explicação:
Gabarito
Resposta:
GABARITO
1. A figura de linguagem é a elipse, que é a omissão intencional do termo “dores” no terceiro verso e “dor” no último da segunda estrofe. Há duas justificativas: a primeira é o fato de o contexto linguístico possibilitar a omissão das duas ocorrências da palavra “dor”, porque ela foi citada anteriormente nos versos e, portanto, não prejudica a clareza; a segunda é a obediência ao número de sílabas métricas do poema, composto por versos de sete sílabas.
2. O pronome “ele” retoma o termo “o poeta”, da primeira estrofe; “eles” retoma “os que leem”, como indicam as flexões de pessoa do discurso (terceira – com quem se fala), assim como de número (respectivamente, singular e plural) e de gênero (masculino).
HABILIDADES:
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas, as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.
(EF89LP29) Utilizar e perceber mecanismos de progressão temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes demonstrativos, nomes correferentes etc.), catáforas (remetendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de organizadores textuais, de coesivos etc., e analisar os mecanismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do conhecimento.
Explicação:
gabarito