Leia agora um fragmento de conto de João Gilberto Noll.
[...] E ela me vê. Ela não toca no piano a Valsa de Ernesto Nazareth. Ela não toca nada e me olha. Eu digo olá. Ela diz olá. Eu digo vamos sentar aqui. Ela diz vamos sentar aqui. Eu digo voltei. Ela diz voltei. Eu digo pois é. Ela diz pois é. Eu digo não há nada a temer. Ela diz não há nada a temer. [...] Eu peço desculpa. Ela pede desculpa. Desculpa em uníssono. Desculpas sim, desculpas. Ela diz faz calor. Eu digo faz calor. Ela diz vai chover. Eu digo vai chover. Ela diz pois é. Ela diz então. Eu digo então. E pois é. Eu digo. Ela diz. Nada se diz. [...]
Nesse texto de João Gilberto Noll, não há marcas gráficas indicando as fronteiras entre as falas do narrador
e as da personagem que interage com ele. Como você percebe a presença da palavra da outra personagem?
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O que marca as falas da outra personagem que não o narrador em primeira pessoa é o uso do pronome reto "ela" seguido do verbo em terceira pessoas do singular: "diz", que precede suas falas.
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