Leia a seguir um trecho do relato do pesquisador Ronaldo Sales em entrevista à BBC Brasil.
Elabore uma argumentação acerca da dualidade que há entre, de um lado, o mito da miscigenação, que se desdobra na concepção de democracia racial, e, de outro, a absurda realidade de desigualdade racial brasileira.
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Resposta:
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A miscigenação brasileira é um mito. Isso não é tudo. O mito ocupa intenções discursivas e ideológicas. Trata-se de força que revela intenções de harmonizar um mundo que abriga o caos. Por isso, o mito da miscigenação está no coração da ideia de democracia racial.
A ideia é simples: se somos miscigenados, a opressão racial não compõe nossa realidade. O mito da miscigenação também corresponde à ideia de superação das raças imaginadas como fracas – indígena e negra. Ou seja, é a política de branqueamento que associa a modernização e o desenvolvimento às raças brancas europeias. Trata-se da imposição da cultura cristã-ocidental eurocêntrica sobre as demais.
Agora vamos aos fatos, ao que compõe ordinariamente a realidade brasileira. A mestiçagem estende-se pelo país, contudo isso não representa a ausência de racismo e de desigualdade racial. Há um graduação de cores, mas a opressão persiste, produzindo um abismo entre a ideia de democracia racial e a realidade social dos corpos miscigenados.
Dessa forma, os mestiços brasileiros carregam nos seus corpos a discriminação racial da presença indígena e negra. Para superar a desigualdade racial é fundamental reconhecer a diversidade cultural e étnica brasileira e desenvolver políticas públicas de inclusão a fim de produzir diversidade racial no topo da pirâmide social do país, superando, assim, a exclusividade da elite branca.
Explicação:
CONFIA