Leia a "Carta para Arthur do Val : a condição feminina na guerra e na paz" e relacione o Dia Internacional da Mulher com o contexto atual da carta lida.
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Resposta:
Débora Prado/Agência Patrícia Galvão, 13/06/2016) Três considerações sobre o que o massacre em Orlando (EUA) diz sobre nós mesmos e o nosso tempo
1) O que sabemos do atirador?
Muito pouco, mas o que sabemos é perversamente familiar.
As informações que chegam pela imprensa internacional sobre Omar Mateen descrevem um homem jovem, de 29 anos, que trabalhava como segurança armado e aparecia em muitas fotos usando emblemas policiais. O pai afirmou que seu filho ficou “muito bravo” após ver dois homens se beijando no centro de Miami recentemente. Sua ex-esposa, Sitora Yusufiy, contou ao jornal norte-americano Washington Post que sofreu violência doméstica: “ele me batia. Ele chegava e começava a me bater porque as roupas não estavam lavadas ou coisa do tipo”, afirmou.
A relação do atirador com o fundamentalismo religioso não está clara até este ponto. Segundo Sitora Yusufiy, no tempo em que foram casados, Omar não era muito religioso, sendo mais entusiasta da academia do que da reza.
A ação foi reivindicada pelo Estado Islâmico, por um lado; por outro, a origem afegã de seus pais pode facilmente conduzir a um caminho de preconceitos até a conclusão que a “culpa” é do mal terrorista. Ou, de um modo mais individualizante, o caso pode ser abordado, mais uma vez, como um ato isolado de ‘monstruosidade’ ou de ‘perturbação mental’ do atirador. Seriam saídas fáceis que reforçam sistemas de estereótipos ao invés de debater as transformações necessárias para prevenir de um modo efetivo os crimes de ódio.
Infelizmente, Omar não é a exceção. Diante das poucas informações disponíveis, encontramos nesse jovem elementos comuns a uma masculinidade que nos é perversamente familiar e hegemônica. Que está presente nos alertas de enfrentamento à violência contra as mulheres que buscam debater gênero e construção dos papéis tidos como ‘masculinos’, onde a violência e agressividade são lidas como características de pertencimento a uma heterossexualidade compulsória.
Muitas das entrevistas que realizamos para o Dossiê Violência contra as Mulheres (veja abaixo alguns exemplos) são perfeitamente pertinentes para debater homofobia – ou seja, precisamos discutir sexo, gênero e desejo com urgência para construir masculinidades menos violentas.
Explicação: