José
E agora, Jose? A festa acabou, a luz apagou.
o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e
agora, você?
é sem nome, que zomba dos outros.
você que faz versos, que ama, protesta?
e agora, José?
sua lavra de ouro, seu teruo de vidro, sua
incoerencia,
seu odio
e agora?
você que
Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe
porta: quer morrer no mar, mas o mar secou: quer ir
para Minas, Minas não há mais. José, e agora?
Está sem mulher, está sem discurso, está sem
carinho, já não pode beber, já não pode fumar,
cuspir já não pode, a noite esfriou,
o dia não veio
o bonde não veio.
o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou, e agora, José?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse
a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre, você é duro. José!
Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem
teogonia,
sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto
que fuja a galope, você marcha, José! José, para
onde?
E agora, Jose? Sua doce palavra,
seu instante de febre, sua gula e jejum,
sua biblioteca,
o poema foi escrito na época da segunda grande guerrar mundial (1939 - 1945). diante dessa informação, como você interpreta o tom geral?
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Tom de Guerra e afrição
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TOM DE GUERRA E AFRIÇÃO
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