Ed. Física, perguntado por anaclara81981, 6 meses atrás

joao comeu cangica na loha com traje estrajeiro


railanfreitas19: Joao comeu cangica na loha com traje estrajeiro e uma pergunta
railanfreitas19: ??
anaclara81981: previlegio e estagio
anaclara81981: geito de nojo
anaclara81981: rabunjento e jeada
railanfreitas19: nu tindi
anaclara81981: arranjo e gejum
railanfreitas19: .-.
anaclara81981: qual e a respota
railanfreitas19: ...

Soluções para a tarefa

Respondido por paganiniguilherme5
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Resposta: o menina, eu intendi é nada, olha se é isso abaixo ↓↓↓, eu pesquisei e foi isso q apareceu da uma olhada, desculpa se n esta certo, mas a pergunta n ajudou muito, bom dia

FOI ASSIM:

num tempo muito antigo, muito, houve uma noite tão comprida que pareceu que nunca

mais haveria luz do dia.

Noite escura como breu, sem lume no céu, sem vento, sem serenada e sem rumores, sem

cheiro dos pastos maduros nem das flores da mataria.

Os homens viveram abichornados, na tristeza dura; e porque churrasco não havia, não

mais sopravam labaredas nos fogões e passavam comendo canjica insossa; os borra-lhos

estavam se apagando e era preciso poupar os tições...

Os olhos andavam tão enfarados da noite, que ficavam parados, horas e horas, olhando,

sem ver as brasas vermelhas do nhanduvai... as brasas somente, porque as faíscas, que

alegram, não saltavam, por falta do sopro forte de bocas contentes.

Naquela escuridão fechada nenhum tapejara seria capaz de cruzar pelos trilhos do

campo, nenhum flete crioulo teria faro nem ouvido nem vista para bater na querência;

até nem sorro daria no seu próprio rastro!

E a noite velha ia andando... ia andando...

II

Minto:

no meio do escuro e do silêncio morto, de vez em quando, ora duma banda ora doutra,

de vez em quando uma cantiga forte, de bicho vivente, furava o ar; era o téu-téu ativo,

que não dormia desde o entrar do último sol e que vigiava sempre, esperando a volta do

sol novo, que devia vir e que tardava tanto já…

Só o téu-téu de vez em quando cantava; o seu — quero-quero! — tão claro, vindo de lá

do fundo da escuridão, ia agüentando a esperança dos homens, amontoados no redor

avermelhado das brasas.

Fora disto, tudo o mais era silêncio; e de movimento, então, nem nada.

III

Minto:

na última tarde em que houve sol, quando o sol ia descambando para o outro lado das

coxilhas, rumo do minuano, e de onde sobe a estrela-d’alva, nessa última tarde também

desabou uma chuvarada tremenda; foi uma manga d’água que levou um tempão a cair, e

durou… e durou...

Os campos foram inundados; as lagoas subiram e se largaram em fitas coleando pelos

tacuruzais e banhados, que se juntaram, todos, num; os passos cresceram e todo aquele

peso d’água correu para as sangas e das sangas para os arroios, que ficaram bufando,

campo fora, campo fora, afogando as canhadas, batendo no lombo das coxilhas. E

nessas coroas e que ficou sendo o paradouro da animalada, tudo misturado, no

assombro. E era terneiros e pumas, tourada e potrilhos, perdizes e guaraxains, tudo

amigo, de puro medo. E então!...

Nas copas dos butiás vinham encostar-se bolos de formigas; as cobras se enroscavam na

enrediça dos aguapés; e nas estivas do santa-fé e das tiriricas, boiavam os ratões e outros

miúdos.

E, como a água encheu todas as tocas, entrou também na da cobra-grande, a —

boiguaçu — que, havia já muitas mãos de luas, dormia quieta, entanguida. Ela então

acordou-se e saiu, rabeando.

Começou depois a mortandade dos bichos e a boiguaçu pegou a comer as carniças. Mas

só comia os olhos e nada, nada mais.

A água foi baixando, a carniça foi cada vez engrossando, e a cada hora mais olhos

a cobra-grande comia.

IV

Cada bicho guarda no corpo o sumo do que comeu.

A tambeira que só come trevo maduro dá no leite o cheiro do milho verde; o cerdo que

come carne de bagual nem alqueires de mandioca o limpam bem; e o socó tristonho o

biguá matreiro até no sangue têm cheiro de pescado. Assim também, nos homens, que

até sem comer nada, dão nos olhos a cor de seus arrancos. O homem de olhos limpos

guapo e mão-aberta; cuidado com os vermelhos; mais cuidados -com os amarelos; e,

toma tendência doble com os raiados e baços!…

Assim foi também, mas doutro jeito, com a boiguaçu, que tantos olhos comeu.

V

Todos — tantos, tantos! que a cobra-grande comeu —, lavam, entranhado e luzindo, um

rastilho da última luz eles viram do último sol, antes da noite grande que caiu...

E os olhos — tantos, tantos! — com um pingo de luz cada um, foram sendo devorados;

no principio um punhado, ao depois uma porção, depois um bocadão, depois, como uma

braçada…

VI

E vai,

como a boiguaçu não tinha pêlos como o boi, nem escamas o dourado, nem penas como

o avestruz, nem casca como o tatu, nem couro grosso como a anta, vai, o seu corpo foi

ficando transparente, transparente, clareado pelos miles de luzezinhas, dos tantos olhos

que foram esmagados dentro dele, deixando cada qual sua pequena réstia de luz. E vai,

afinal, a boiguaçu toda já era uma luzerna, um clarão sem chamas, já era um fogaréu

azulado, de luz amarela e triste e fria, saída dos olhos, que fora guardada neles, quando

ainda estavam vivos…

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