inverno. E melhorem o uso de máscaras. Nem todos têm acesso às vacinas no Brasil, mas todos podem ter acesso a máscaras. Se você encorajar o público a usar máscara, vai reduzir muito a transmissão. E se você já está usando máscaras, meu conselho é: passe a usar uma máscara melhor ou use duas máscaras. (...) Eu por exemplo sempre uso duas máscaras (ele mostra uma do tipo cirúrgica por baixo de uma de pano). Porque, dependendo do formato do rosto, sobram espaços nas laterais das máscaras. Uma segunda máscara fecha essa brecha. Em um país como o Brasil, no momento em que está chegando o inverno, certamente vocês se sairão muito melhor se usarem máscaras melhores."
A projeção do IHME aponta que, em um cenário em que todos usassem máscaras no Brasil, seria possível evitar 55 mil mortes até julho.
Como ficam as escolas?
O funcionamento seguro de escolas, na opinião de Mokdad, terá de ser avaliado em âmbito local - e depende tanto das medidas de segurança adotadas pela própria escola quanto dos cuidados tomados por todos da comunidade.
"Sim, as crianças têm menos risco de morrer de covid-19, mas elas podem pegar covid-19. E sim, as escolas que seguem protocolos podem ser abertas com segurança, mas a questão é por quanto tempo", opina ele.
"No Brasil, a questão não deveria ser 'devemos abrir ou não a escola?', sabendo que muitos jovens estão fora da escola há tanto tempo. A questão deve ser: por quanto tempo conseguiremos mantê-las abertas, se as abrirmos agora?"
"E isso vai depender da circulação do vírus na comunidade. Se você proteger as crianças e as escolas e fizer tudo direitinho, reduzindo as chances de o vírus ser pego na escola, mas a criança voltar à comunidade, pegar o vírus lá e mandar ela de volta para a escola, a escola pode passar a ser um foco de espalhamento do vírus."
Brasil e outros países em situação preocupante
Além do Brasil, a situação da pandemia causa preocupação em outras partes do Hemisfério Sul, como países sul-americanos e África do Sul, pela iminência do inverno, e países asiáticos, que também têm observado o surgimento de novas variantes do coronavírus.
"A Índia tem uma nova variante circulando ali e no Paquistão e Bangladesh, o que fez aumentar muito a nossa projeção de mortes, apesar de o clima lá estar ficando mais quente (por estarem no Hemisfério Norte)", diz Mokdad.
"Então estamos preocupados com muitos países, porque o vírus está em alta circulação. Por conta disso haverá novas variantes (mais resistentes), o que significa que infecções prévias não darão imunidade e as vacinas ficarão menos eficientes."
'Com bom comportamento, boas coisas virão'
Apesar das projeções preocupantes, Mokdad se esforça para passar uma mensagem positiva.
"Neste momento, levando em conta a disponibilidade de vacinas, esperamos que pouco mais de um terço da população brasileira esteja vacinada até julho. É uma boa notícia", afirma.
Embora destaque que é preciso levar em conta que as vacinas podem ser menos eficientes diante de novas variantes, ele ressalta que a vacinação em massa será o caminho para a normalização.
"É muito importante que o público saiba que, se fizermos tudo direito - usarmos bem as máscaras, tomarmos as vacinas - é muito provável que possamos voltar a alguma normalidade, embora não 100% ainda, porque não temos imunidade de rebanho. Mas no mínimo podemos ter uma estação de infecções muito menor (no inverno)."
"E pessoas vacinadas podem ver umas as outras, ver seus netos. Com bom comportamento boas coisas virão, mas todos temos de fazê-lo e todos temos de ter paciência. Não podemos nos dar ao luxo de comemorar prematuramente, e temos de aprender a conviver com este vírus, que vai ficar com a gente por muito tempo, infelizmente. Talvez tenhamos de mudar nossos
ue até o momento não exist
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