História, perguntado por 10101284, 9 meses atrás

Introdução sobre o governo costa e silva.​

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Respondido por rs0013813
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Resposta:

Governo Costa e Silva

Artur Costa e Silva assumiu a presidência no dia 15 de março de 1967, após vencer a eleição indireta que foi disputada em 1966 e do qual ele foi o único candidato. A vitória de Costa e Silva para assumir a presidência foi resultado de uma campanha no interior do próprio Exército para que o aparato de repressão da Ditadura aumentasse.

Ainda assim, Castello Branco se viu pressionado pelas Forças Armadas a deixar o poder, e a transição foi realizada com a indicação de Costa e Silva. Paradoxalmente, a eleição de Costa e Silva foi enxergada por determinados elementos da sociedade como uma esperança de liberalização do regime, e o próprio marechal afirmava que prepararia uma “democracia autenticamente nossa”.1

O governo de seu antecessor, Castello Branco, é erroneamente enxergado como um momento de pouca repressão, mas, na verdade, estudos recentes mostram que se tratou de um período de transição no qual o aparato repressivo era estabelecido de uma maneira que não causasse ruptura do regime com a sociedade civil.

A oposição cresce

A partir de 1967, a oposição ao regime cresceu em diversas frentes e se organizou. O resultado foi um iminente confronto entre o governo e estes grupos de oposição, o que levou ao endurecimento do regime, consolidando um processo que estava em curso desde a posse de Castello Branco, em 1964.

No campo político, quadros importantes que haviam apoiado o golpe começavam a romper com o regime. Entre eles se destacam Ademar de Barros e Carlos Lacerda, dois nomes do conservadorismo brasileiro que apoiaram abertamente o golpe em 1964. Carlos Lacerda inclusive chegou a afirmar: “Eu tinha o dever de mobilizar o povo para corrigir esse erro do qual […] participei.4

A ação tomada por Carlos Lacerda foi organizar a Frente Ampla, que teve atuação durante os anos do governo de Costa e Silva. A Frente Ampla foi um movimento político que defendia basicamente o retorno do Brasil à democracia, além de propor a continuidade de uma política econômica que promovesse o desenvolvimento do país.

A Frente Ampla contou com o apoio de Juscelino Kubitschek e João Goulart – ambos duramente criticados por Lacerda durante seus governos. Na perspectiva da Frente Ampla, deveriam ser realizadas novas eleições presidenciais, com o combate à ameaça que rondava o país – a ditadura. Proibida de atuar a partir de 1968, a Frente Ampla representou um esforço de Carlos Lacerda para criar uma ponte de diálogo com o regime com o objetivo de redemocratizar o país.

O movimento estudantil durante o ciclo 1967/1968 teve atuação extremamente relevante na luta contra o regime. Os protestos fortaleceram-se a partir de março de 1968, quando o estudante Edson Luís foi morto pela polícia durante um pequeno protesto na cidade do Rio de Janeiro. Esse fato causou comoção, e o velório dele foi acompanhado por milhares de pessoas.

Iniciou-se então uma série de protestos gigantescos, que se estenderam até meados de julho de 1968. Os protestos dos meses seguintes foram duramente reprimidos pela polícia e os confrontos com os estudantes, bastante violentos. Um momento marcante aconteceu em 26 de junho, no que ficou conhecido como Passeata dos Cem Mil, que contou com ampla participação de estudantes, artistas e intelectuais.

A resposta do governo foi a repressão: em julho foi proibida a realização de protestos, e em agosto houve a invasão da Universidade de Brasília (UnB). O endurecimento dessa repressão fez com que diversos grupos estudantis aderissem à luta armada como forma de resistência ao regime.

Por fim, outro movimento de oposição que atuou de maneira consistente durante um certo período do governo de Artur Costa e Silva foi o movimento operário. O congelamento salarial implementado a partir de 1964 teve forte impacto sobre a renda do trabalhador. A continuidade dessa situação levou a duas importantes greves no país: uma em Minas Gerais e outra em São Paulo.

A greve em Minas começou em abril de 1968, em uma siderúrgica instalada em Contagem (região metropolitana de BH). O movimento pegou o governo de surpresa e mobilizou cerca de 16 mil trabalhadores. O governo foi obrigado a negociar e aceitou reajustar os salários em 10%, mas ainda assim houve repressão, com prisão de trabalhadores e ocupação da cidade de Contagem.

Três meses depois, outra greve estourou em Osasco, no estado de São Paulo, e foi iniciada com 10 mil trabalhadores cruzando os braços. Dessa vez, o governo não negociou e a repressão foi duríssima: a cidade foi ocupada, com centenas de trabalhadores presos, e as lideranças sindicais precisaram desaparecer na clandestinidade. A repressão do governo fez com que o movimento operário adormecesse durante uma década.


rs0013813: Bond Estudos :)
rs0013813: Bons Estudos :)
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