(IFAL-2011, adaptada) Leia o texto abaixo:
O Gosto da Surpresa – Betty Milan
Nada é melhor do que se surpreender, olhar o mundo com olhos de criança. Por isso as pessoas gostam de viajar. Nem o trânsito, nem a fila no aeroporto, nem o eventual desconforto do hotel são empecilhos neste caso. Só viajar importa, ir de um para outro lugar e se entregar à cena que se descortina. Como, aliás, no teatro.
O turista compra a viagem baseado nas garantias que a agência de turismo oferece, mas se transporta em busca de surpresa. Porque é dela que nós precisamos mais. Isso explica a célebre frase – navegar é preciso, viver não é preciso –, erroneamente atribuída a Fernando Pessoa, já que data da Idade Média.
Agora, não é necessário se deslocar no espaço para se surpreender e se renovar. Olhar atentamente uma flor, acompanhar o seu desenvolvimento, do botão à pétala caída, pode ser tão enriquecedor quanto visitar um monumento histórico.
Tudo depende do olhar. A gente tanto pode olhar sem ver nada quanto se maravilhar, uma capacidade natural na criança e que o adulto precisa conquistar, suspendendo a agitação da vida cotidiana e não se deixando absorver por preocupações egocêntricas. Como diz um provérbio chinês, a lua só se reflete perfeitamente numa água tranquila.
O que nós vemos e ouvimos depende de nós. A meditação nos afasta do clamor do cotidiano e nos permite, por exemplo, ouvir a nossa respiração. Quem escuta com o espírito e não com o ouvido, percebe os sons mais sutis. Ouve o silêncio, que é o mais profundo de todos os sons, como bem sabem os músicos. Numa de suas músicas, Caetano Veloso diz que ―só o João (Gilberto) é melhor do que o silêncio. Porque o silêncio permite entrar em contato com um outro eu, que só existe quando nos voltamos para nós mesmos.
Há milênios, os asiáticos, que valorizam a longevidade, se exercitam na meditação, enquanto nós, ocidentais, evitamos o desligamento que ela implica. Por imaginarmos que sem estar ligado não é possível existir, ignoramos que o afastamento do circuito habitual propicia uma experiência única de nós mesmos, uma experiência sempre nova.
Desde a Idade Média, muitos séculos se passaram. Mas o lema dos navegadores continua atual. Surpreender-se é preciso. A surpresa é a verdadeira fonte da juventude, promessa de renovação e de vida.
(Veja, Editora Abril, edição 2184 – ano 43 – nº 39, 29/09/2010, p. 116)
No trecho “... suspendendo a agitação da vida cotidiana e não se deixando absorver por preocupações egocêntricas.”, as palavras grifadas mantêm, com os vocábulos “absolver” e “personalistas”, uma relação de:
Escolha uma:
a. antonímia e paronímia, respectivamente.
b. homonímia e sinonímia, respectivamente. Incorreto
c. antonímia e sinonímia, respectivamente.
d. paronímia e sinonímia, respectivamente.
e. sinonímia e homonínia, respectivamente.
vincentdci:
A correta é: paronímia e sinonímia, respectivamente
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D. Paronímia e sinonímia, respectivamente.
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