I) Escreve “V” para a frase verdadeira ou “F” para a falsa.
1) Os Textos Sagrados e Cultura religiosa são elementos de uma Tradição Religiosa. ( )
2) A Ética faz parte de uma Tradição Religiosa e refere-se à reunião de pessoas em certo local para realizar cultos religiosos. ( )
3) Não há nenhuma relação entre as tradições religiosas e o comportamento humano. ( )
4) A Páscoa dos cristãos é considerada uma tradição religiosa. ( )
5) No Judaísmo o “Yon Kipur”, é uma celebração que dura o ano inteiro. ( )
Soluções para a tarefa
Resposta:
1. V
2. F, a ética pode ser definida como uma área da filosofia que busca problematizar as questões relativas aos costumes e à moral de uma sociedade, sem recorrer ao senso comum.
3. F, a religião influencia pesadamente no comportamento humano
4. F, a Páscoa é uma festividade religiosa
Resposta:
A Páscoa Judaica ou Pêssach é uma festa religiosa comemorada pelo povo
judeu, evocando a passagem da escravidão no Egito para a condição de liberdade,
conforme evento descrito na Torah (Livro Sagrado dos Judeus). Essa festa religiosa é
comemorada anualmente pelos judeus em todo o mundo, sendo sua presença também
observada por seus descendentes aqui no Brasil através das Sinagogas Judaicas,
como a do Centro Israelita do Paraná (CIP) em Curitiba, por exemplo. A festa reúne
todos os anos, durante o mês de abril, as famílias e os amigos em torno da mesa de
Pêssach, onde se segue um cuidadoso ritual de preparação com orações e uma
culinária específica para a ocasião. Tal celebração religiosa faz parte integrante do
patrimônio cultural brasileiro, o qual merece ser conhecido e estudado em sua
simbologia e significado, embora o governo brasileiro, desde a década de 1930, não
tenha priorizado as contribuições dos imigrantes na formação cultural brasileira.
Somente nas últimas décadas do século XX, o conceito de patrimônio cultural se
expandiu e passou a incorporar os referenciais culturais dos povos e a percepção dos
bens culturais nas dimensões testemunhais do cotidiano e das realizações intangíveis.
Nesse sentido, como bem o lembram Pedro Paulo Funari e Sandra Pelegrini a
“ampliação do conceito de patrimônio observado no artigo 216, da Constituição Federal
Brasileira” (1988), estimulou a criação de ferramentas de proteção dos bens culturais
no país:
“(...) o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial, implementado pelo
Decreto no. 3551/2000. Essa ampliação das frentes de tombamento do
patrimônio histórico nacional, manifestas no registro de “bens imateriais
notáveis” – como salientou Glauco Campelo, evidenciou a adoção de novas
formas de acautelamento por parte do IPHAN e a necessidade da criação do
Livro de Registro dos Saberes e do Livro das Formas de Expressão, nos quais
são inscritos os “conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das
comunidades” e armazenadas “as manifestações literárias, musicais, plásticas,
cênicas e lúdicas”; e também, do Livro das Celebrações e do Livro dos Lugares,
que se ocupam, respectivamente, dos “rituais e festas que marcam a vivência
coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da
vida social” e dos espaços onde se “concentram e reproduzem práticas culturais
coletivas”, como mercados, feiras, santuários, praças e entre outros
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Assim, buscar-se-á apreender os rituais judaicos do ponto de vista do patrimônio
cultural no Brasil, inventariando cada fase do Pêssach.
A formação da comunidade Judaica no Paraná
A formação da comunidade Judaica no Paraná é fruto da vinda de várias
famílias que imigraram para esse Estado, fato esse observado principalmente entre os
anos de 1870 e 1920, em decorrência do grande fenômeno de imigração ocorrido no
Brasil nesse período.
Em 1913, inúmeras famílias israelitas já moravam em Curitiba e se reuniam para
celebrar suas festas religiosas. Dentre elas, destacava-se a festa de Pêssach (Páscoa
Judaica), ritual religioso de caráter unificador das tradições deste povo. Naquele
período os imigrantes fundaram a União Israelita do Paraná. Sete anos depois a
comunidade Israelita organizou o Centro Israelita do Paraná (CIP), sendo esta uma
instituição que objetivava manter viva as ricas tradições desse povo residente em
Curitiba e região:
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