Homem jovem, solteiro, negro, com até sete anos de estudo e que esteja na rua nos meses mais quentes do ano entre 18h e 22h. Este é o perfil dos indivíduos com mais probabilidade de morte violenta intencional no Brasil. Os homicídios respondem por 59,1% dos óbitos de homens entre 15 a 19 anos no país.
Apenas em 2017, 35.783 jovens de 15 a 29 anos foram mortos, uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens, recorde nos últimos 10 anos. A juventude perdida é considerada um problema de primeira importância para o desenvolvimento social do país e vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte. Os dados do Atlas da Violência também trazem evidências de outra tendência preocupante: o aumento, nos últimos anos, da violência letal contra públicos específicos, incluindo negros, população LGBTI+ e mulheres, nos casos de feminicídio.
De 2007 a 2017, a desigualdade de raça/cor nas mortes violentas acentuou-se no Brasil. A taxa de negros vítimas de homicídio cresceu 33,1%, enquanto a de não negros apresentou um aumento de 3,3%. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídio eram pretas ou pardas. Mais uma vez, o Rio Grande do Norte está no topo do ranking, com 87 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais que o dobro da taxa nacional. Os cinco estados com maiores taxas de homicídios negros estão localizados na região Nordeste.
O ano de 2017 registrou, também, um crescimento dos homicídios femininos no Brasil, chegando a 13 por dia. Ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior número registrado desde 2007 - 66% delas eram negras. Entre 2007 e 2017, houve um crescimento de 30,7% nos homicídios de mulheres no Brasil. A situação foi mais grave novamente no Rio Grande do Norte, que apresentou uma variação de 214,4% em 10 anos, seguido pelo Ceará (176,9%). As maiores reduções decenais ocorreram no Distrito Federal, no Espírito Santo e em São Paulo, entre 33,1% e 22,5%. Chama a atenção o caso do Espírito Santo, que era campeão da taxa de homicídios femininos no país em 2012.
Disponível em: Acesso em: 13 out. 2020.
Considerando as informações apresentadas, analise as afirmações a seguir.
I. Os dados revelam que nos últimos anos houve crescimento das taxas de violência contra pessoas pertencentes a minorias étnicas, de gênero e sexuais.
II. A maioria das pessoas assassinadas no Brasil entre 2007 e 2017 era negra, tendo ocorrido uma queda no número de pessoas não negras vítimas de homicídios.
III. Liderada pelo Rio Grande do Norte, a região Norte foi a que apresentou os piores índices de homicídios de mulheres no país no período estudado.
É correto o que se afirma em
Alternativas
Alternativa 1:
I, apenas.
Alternativa 2:
II, apenas.
Alternativa 3:
III, apenas.
Alternativa 4:
I e III, apenas.
Alternativa 5:
I, II e III.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação: Alternativa 1:
I, apenas.
Sobre os índices de homicídios no Brasil para o período do 2007 até 2017 é correto o que se afirma em: Alternativa 4) I e III, apenas.
I) Correta: de acordo com o texto, os dados do Atlas da Violência evidenciam o aumento, nos últimos anos, da violência letal contra públicos específicos, como: negros, população LGBTI+ e mulheres.
II) Incorreta: entre os anos 2007 a 2017, houve um aumento nas mortes violentas de pessoas de raça/cor no Brasil, pois taxa de negros vítimas de homicídio cresceu 33,1%, enquanto a de não negros apresentou um aumento de 3,3%.
III) Correta: Rio Grande do Norte apresenta uma situação grave pois em 10 anos (2007 - 2017) o número de homicídios de mulheres apresentou uma variação de 214,4%