Filosofia, perguntado por jennievelin, 11 meses atrás

Historicamente, as formas de inclusão e de exclusão social dos portadores de necessidades especiais variaram de maneira considerável. Nosso material referencial descreveu a visão da sociedade escravista que imperou no Brasil até o fim do século XIX. Sobre os escravos brasileiros, é correto afirmar:

a.
Os africanos escravos com necessidades especiais eram responsabilidade do seu Senhor, cujos cuidados eram uma obrigação.

b.
Os coolies chineses deixaram de ser trazidos para o Brasil no fim do século XIX, porque comumente davam luz à crianças com necessidades especiais.

c.
As necessidades especiais são uma realidade recente, fruto do uso indiscriminado de remédios, portanto não existiam no século XIX.

d.
Os africanos e afrodescendentes escravizados eram considerados bens produtivos que só serviam se saudáveis e fortes fisicamente.

e.
As crianças negras escravas que nasciam com necessidades especiais tinham direito a uma indenização custeada pelo governo imperial até o dia de sua morte.

Soluções para a tarefa

Respondido por ferretti
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d. Os africanos e afrodescendentes escravizados eram considerados bens produtivos que só serviam se saudáveis e fortes fisicamente.

Correto. Dado que eram vistos como objetos de propriedade de seu senhor e que só serviam se fosse úteis ao trabalho, os africanos que nasciam com deficiências ou tinham quaisquer problemas deste tipo, eram excluídos do pouco espaço na sociedade que um escravo poderia ter. Por vezes, eram mortos.

Assim, percebe-se que a desumanidade no tratamento do escravos passava de qualquer limite imaginável, uma vez que o descarte de humanos como "coisa" era comum.

Respondido por northonoppipa
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Os africanos e afrodescendentes escravizados eram considerados bens produtivos que só serviam se saudáveis e fortes fisicamente.

Em muitas sociedades, como afirmam Alves (1992) e Goffman (1975), as necessidades especiais eram vistas com discriminação, ocorrendo inclusive extermínio por parte do grupo ou a tolerân­cia, quando a característica especial era vista como exótica. Mesmo no Brasil, entre os povos indígenas no início da colonização, eram comuns as práticas de exclusão ou valorização de indivíduos portadores de necessidades especiais, conforme relatado por Alves (1992).

Em outro exemplo no que se refere ao Brasil, Freyre (2006, p. 157) fala que o regime agrário escravista concebia o negro (após a substituição da mão de obra indígena) não como um ser humano, mas como um bem produtivo. Caso este se acidentasse, nascesse com necessidades es­peciais ou sofresse uma mutilação, era descartado e excluído dos demais – inclusive essa prática era prevista pela Lei do Sexagenário.

Isso poderia ser uma das raízes da segregação e discriminação do trabalhador com necessidades especiais na sociedade brasileira no âmbito do trabalho, como vemos na atualidade. Há uma cultura da discriminação nas esferas do trabalho em todos os campos profissionais quanto ao portador de necessidades especiais.

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