Há [cerca de] 150 anos, numa saleta da Sociedade Lineana de Londres, um grupo de naturalistas anunciava ao público ali presente os contornos de uma teoria que alteraria para sempre o modo de compreender a origem e a variedade da vida em nosso planeta. Era a teoria da evolução por seleção natural, concebida de forma independente por Charles Darwin e Alfred Russel Wallace. O real alcance dessa ideia — uma das mais importantes do pensamento ocidental — , passou quase despercebido na ocasião. Os próprios naturalistas presentes no evento não pareciam mais interessados nos trabalhos de Wallace e Darwin do que nos outros itens da pauta da reunião, que incluía a leitura de uma carta "sobre a vegetação em Angola" e a descrição de um novo gênero da família das abobrinhas.
Os teólogos, porém, não demoraram muito a dar-se conta do tamanho da revolução darwiniana. Pequenas variações entre indivíduos surgidas ao acaso e selecionadas pelo ambiente — os mais aptos tendem a ter mais descendentes, com características parecidas — podem, ao longo de eras, produzir novas espécies. Todos os seres vivos do planeta, da rainha da Inglaterra ao mais humilde organismo unicelular, possuem um ancestral comum. Deus já não é necessário para explicar a exuberância das formas de vida. [...] A ideia é tão perturbadora que mesmo hoje ainda não é bem aceita. É provavelmente a tese científica mais atacada de todos os tempos. Seus detratores tentam desqualificá-la descrevendo-a como "apenas uma teoria”, que estaria no mesmo plano epistemológico de “concorrentes" como o design inteligente e o relato bíblico do Gênesis. É claro que tudo em ciência é “apenas" uma teoria — aí incluída a gravitação universal. A evolução, mais ou menos como Darwin e Wallace a postularam, segue firme e produtiva. É capaz de explicar fenômenos como a resistência de bactérias a antibióticos e tem gerado novos e promissores campos de investigação, como a farmacogenética. (150 anos de evolução. Editoriais. Folha de S.Paulo. Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2015. Folhapress.)
a) Qual é a relação entre a teoria da evolução e a resistência de bactérias a antibióticos?
b) Em sua opinião, por que a teoria da evolução “é provavelmente a tese científica mais atacada de todos os tempos”?
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a) A relação entre a teoria da evolução e a resistência de bactérias a antibióticos é que aquelas bactérias que por algum motivo genético foram capazes de resistir aos antibióticos acabam se reproduzindo, tornando o antibiótico obsoleto, ineficaz.
b) A teoria da evolução é a tese científica mais atacada de todos os tempos primeiro porque destrói o mais elementar dogma da igreja cristã, o Gênesis, e segundo porque releva a importância do ser humano como centro da construção do Universo, sendo a espécie apenas mais uma dentre todas as outras, com um ancestral em comum.
b) A teoria da evolução é a tese científica mais atacada de todos os tempos primeiro porque destrói o mais elementar dogma da igreja cristã, o Gênesis, e segundo porque releva a importância do ser humano como centro da construção do Universo, sendo a espécie apenas mais uma dentre todas as outras, com um ancestral em comum.
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