Guia do leitor do Romanceiro da Inconfidência
Em suas linhas mestras, O romanceiro da Inconfidência exibe uma bem lograda combinação de dados históricos e elementos inventivos, de relato, monologação e diálogo, de planos temporais e espaciais. [...] Obra panorâmica no mais legítimo sentido, o Romanceiro deixa perceber, entretanto, cinco partes bem definidas: a do ambiente, a da trama e frustração, a da morte de Cláudio e Tiradentes, a do infortúnio de Gonzaga e Alvarenga, e finalmente a da presença, no Brasil, da Rainha D. Maria.
A morte de Cláudio Manuel da Costa e a de Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, constituem o cerne da terceira parte [da obra]. A tragédia é sugerida pelo jogo de cartas da peça inicial; o mistério em torno do suicídio de Cláudio favorece o clima lendário que se deseja emprestar ao infortúnio dos conjurados. [...] Entre a morte de Cláudio e o sacrifício de Tiradentes, os romances dedicados a Gonzaga refletem a dolorosa expectativa dos prisioneiros ante a sorte que os aguarda; o enxoval da noiva, que o poeta bordava, interrompe-se como a boa fortuna deste; os recursos judiciários batem em vão contra os desígnios dos poderosos.
Ainda que as produções nacionais árcades não fizessem referência ao momento político pelo qual o país passava, seus principais poetas eram colaboradores diretos da conhecida Conjuração/Inconfidência Mineira. A conjuntura política e a poesia árcade brasileira permitem relacionar
A
o ativismo dos poetas inconfidentes a suas principais atividades, tendo a produção literária como elemento secundário.
B
a estética árcade como antagônica ao movimento inconfidente, transmitindo complexidade e separação entre arte e política.
C
a opção de seus poetas por não tratarem do momento político em suas produções aos ideais presentes na filosofia árcade.
D
a desvalorização da política em detrimento do sugerido pela cultura da Antiguidade Clássica, fonte de inspiração do Arcadismo.
E
o momento da produção como posterior ao auge do movimento de Inconfidência, justificando a ausência da contestação política nas obras árcades.
Soluções para a tarefa
Respondido por
3
Letra b.
Observamos clara separação entre a arte e a política diante do contexto histórico retratado, haja vista que os mesmos autores componentes das literaturas de questionamento à sociedade realizavam a produção de obras inerentes à estética árcade.
Marcada por valorização da natureza, desejo pela fuga dos centros urbanos, amor pela arte de viver, certamente a arte estava separada da literatura no contexto acima citado.
Perguntas interessantes
Matemática,
9 meses atrás
Filosofia,
9 meses atrás
Matemática,
9 meses atrás
Matemática,
1 ano atrás
Matemática,
1 ano atrás
História,
1 ano atrás
Filosofia,
1 ano atrás
Matemática,
1 ano atrás