ENEM, perguntado por ticris, 5 meses atrás

Gianni Rodari, escritor italiano, discute sobre o jogo que se põe à mesa na hora das refeições e os personagens criados pelos pais - o que dá ao ato de comer um significado simbólico: "comer torna-se um ato estético".
Rodari envolve o leitor no saboroso mundo da leitura por intermédio de uma escrita lúdica e surreal. Prosa e verso unem-se aos textos críticos e contribuem para tornar o ato da leitura uma degustação, nos termos do escritor, fantástica. Segundo Italo Calvino, a obra de Rodari sublima a atemporalidade da fantasia, pois sempre haverá um lugar para a atmosfera mágica das fábulas, das lendas e dos mitos porque na alma do adulto restará em estado latente a criança que nos habita com seu imaginário fértil. Numa produção de mais de trinta anos, Rodari oferece ao leitor infantil e juvenil, aos professores e estudiosos um verdadeiro banquete literário com textos atuais que tratam de algo muito presente em nosso quotidiano: o alimento.
Em Histórias para brincar, o autor apresenta vinte histórias, cada uma com três finais diferentes, porém nas instruções de uso adverte que o leitor pode até mesmo descartar as três e criar uma nova - o livro é definido como um "exercício de fantasia". O livro Fábulas por telefone, com uma edição brasileira em 2006, apresenta histórias curtas porque são contadas por um caixeiro viajante, pelo telefone, à sua filha antes de dormir. No livro temos a ocorrência de uma mansão de sorvete, uma cozinha espacial, os homens de manteiga, a febre comilóide, a senhora Apolônia de geléia, a rua de chocolate, a história do reino da comilança, o caramelo instrutivo.
A maioria dos estudiosos analisa a obra de Rodari numa perspectiva relacionada apenas ao mundo infantil, desconsiderando a experiência do adulto com este tipo de literatura. Embora Rodari buscasse uma especificidade do texto infantil, seus textos não eram voltados somente para os pequeninos. Essa leitura limita os textos de Rodari e sua capacidade criadora a uma interpretação superficial que desconsidera os intertextos, a ironia, a metáfora, a sátira e os pressupostos teóricos implícitos nas suas brincadeiras com as palavras.
Atualmente, os jogos de linguagens propostos pelos escritores atualizam cada vez mais a inserção do alimento no texto - é algo muito próximo da criança e do adulto, pois faz parte de nosso quotidiano, mas isso já é conteúdo de outro artigo onde também serão discutidos os questionamentos mencionados. Procuramos apenas mostrar como pode ser nutritivo e divertido saborear textos que trabalhem com imagens alimentares.

No fragmento apresentado, parte de um texto do gênero resenha, a autora se refere ao escritor Gianni Rodari e sua obra, ressaltando a vinculação entre o ato de comer e a fruição da literatura infantil.
De forma recorrente, a autora se utiliza no texto, como recurso expressivo, de vocabulário do campo semântico da culinária, conotativamente voltado para a ação de ler. Um exemplo desse emprego está presente em:
(A) “Rodari envolve o leitor no saboroso mundo da leitura por intermédio de uma escrita lúdica e surreal”.
(B) “Segundo Italo Calvino, a obra de Rodari sublima a atemporalidade da fantasia”.
(C) “nas instruções de uso adverte que o leitor pode até mesmo descartar as três e criar uma nova”.
(D) “Essa leitura limita os textos de Rodari e sua capacidade criadora a uma interpretação superficial”.

Soluções para a tarefa

Respondido por lariverse
2

Resposta: Alternativa A

Explicação: “Rodari envolve o leitor no saboroso mundo da leitura por intermédio de uma escrita lúdica e surreal”.

Perguntas interessantes