Matemática, perguntado por chevs, 7 meses atrás

Freire (2005, p. 65-66), na sua obra Pedagogia do Oprimido, destaca o seguinte:

Há uma quase enfermidade da narração. A tônica da educação é preponderantemente esta – narrar, sempre narrar. Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem-comportado. [...] Nela, o educador aparece como seu indiscutível agente, como o seu real sujeito, cuja tarefa indeclinável é “encher” os educandos dos conteúdos de sua narração. Conteúdos que são retalhos da realidade desconectados da totalidade em que se engendram e em cuja visão ganhariam significação.


FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 41. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

Com base no exposto acima, e diante das questões relacionadas ao ensino e aprendizagem da Matemática, ressalta-se que:

I. Quem trabalha com o ensino da Matemática precisa entender a inerência dos indivíduos na relação com o meio. E não como o mencionado por Freire (2005, p. 65-66) “cuja tarefa indeclinável é "encher" os educandos dos conteúdos" sem relacionar com o meio em que vivem.

II. O professor pode se pautar no campo de conhecimentos da etnomatemática, e isso fica evidenciado na fala de Freire (2005, p. 65-66) quando menciona que: “Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem-comportado” levando a compreender que a Matemática é estática.

III. O que Freire (2005, p. 65-66) menciona “o educador aparece como seu indiscutível agente, como o seu real sujeito, cuja tarefa indeclinável é “encher” os educandos dos conteúdos de sua narração.” Parece estar relatando um ensino de Matemática dentro de uma visão da tendência tradicional.

IV. Por meio da frase de Freire (2005, p. 65-66) “Conteúdos que são retalhos da realidade desconectados da totalidade.” Pode se notar que vem em desencontro do que defende a tendência histórico-crítica. Essa tendência coloca a Matemática como um saber construído historicamente.

É correto o que se afirma em:
Alternativas
Alternativa 1:
I, apenas.

Alternativa 2:
I e II, apenas.

Alternativa 3:
II e III, apenas.

Alternativa 4:
I, III e IV, apenas.

Alternativa 5:
I, II, III e IV.

Soluções para a tarefa

Respondido por FernandaHorst
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Resposta:

Alternativa 4:

I, III e IV, apenas.

Explicação passo-a-passo:

II. O professor pode se pautar no campo de conhecimentos da etnomatemática, e isso fica evidenciado na fala de Freire (2005, p. 65-66) quando menciona que: “Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem-comportado” levando a compreender que a Matemática é estática. INCORRETA

A Matemática está longe de ser estática e perfeita; ela está constantemente evoluindo,  mudando a todo instante e plasmando-se em novas formas (Gregory Chaitin) pg. 10

Respondido por nayanialvesr
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Para Paulo Freire, era necessário relacionar o teórico com o cotidiano, de modo a mostrar a fluidez das ciências, as quais interagem entre si e produzem nossa realidade. Além disso, é preciso considerar a construção do saber, o qual é sempre aprimorado. Dessa forma, a alternativa mais correta é 4.

ALTERNATIVA I - CORRETA: Quando o professor apenas repassa o conhecimento, sem interação e sem evidenciar como essa teoria se apresenta na prática, o profissional está apenas saturando os educandos de conteúdo. Assim, ele critica essa atuação e evidencia a necessidade de sempre relacionar os saberes com o meio, como bem expressa a primeira alternativa.

ALTERNATIVA II - INCORRETA: Na verdade, Paulo Freire critica "Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem-comportado", pois ele entende que nenhum saber é estático. A matemática relaciona-se com a biologia, que relaciona-se com a história e assim por diante. Dessa maneira, não é coerente tratar uma ciência como única, suficiente e imutável.

ALTERNATIVA III - CORRETA: Esse trecho evidencia uma crítica ao ensino tradicional, visto que esse é baseado totalmente em um processo de ensino-aprendizado passivo. Afirma-se isso ao considerar que nesse modelo os alunos apenas recebem as informações que os professores repassem, sem refletirem, sem questionarem, sem relacionarem com os seus conhecimentos prévios e sem a oportunidade de acrescentar suas ideias e pensamentos para que esse saber seja construído coletivamente.

ALTERNATIVA IV - CORRETA: A tendência histórico-crítica mostra que todo conhecimento é uma construção, de modo que educando e educador colaboram mutuamente para estabelecerem aquele saber. Isso faz com que haja uma valorização dos saberes e experiências dos estudantes, os quais elaboram um aprendizado com base em suas realidades. Isso vai totalmente de encontro com o ensino baseado em fragmentos da realidade e sem relação com  todo.

  • Para saber mais sobre o método de Paulo Freire, acesse: https://brainly.com.br/tarefa/26076618

Anexos:
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