Foi necessária a catástrofe da Segunda Guerra Mundial para que os direitos humanos passassem a receber, no sistema internacional, no direito novo criado pela Carta da ONU, uma abordagem distinta daquela com a qual vinham sendo habitualmente tratados. Os desmandos dos totalitarismos que ater- rorizavam vários países da Europa e que levaram ao megaconflito haviam consolidado a percepção [...] de que os regimes democráticos apoiados nos direitos humanos eram os mais propícios à manutenção da paz e da segurança internacionais. Daí a necessidade de apoiar em normas internacionais o ideal dos direitos humanos. Sobretudo, insinua-se, entre os lideres democráticos, a percepção de que os di- reitos humanos não podem mais constituir matéria do dominio exclusivo dos Estados e que algum tipo de controle internacional faz-se necessário para conter o mal ativo e passivo prevalecentes no mundo. LAFER, Celso. A ONU e os direitos humanos. Estudos Avançados, São Paulo, v. 9, n. 25, set./dez. 1995.
•Qual é a relação entre os horrores da Segunda Guerra Mundial e a inserção da defesa dos direitos humanos na Carta da ONU?
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Resposta:
Em certo sentido podemos dizer que a defesa da ideia de Direitos Humanos foi uma consequência das terríveis experiências da Segunda Guerra Mundial. Neste sentido podemos ver a Segunda Guerra como uma "lição amarga e terrível" que nos ensinou, coletivamente, a importância de definir e defender um conjunto básico de direitos invioláveis.
Isto foi particularmente importante e influente no caso do que foi depois descoberto sobre o Holocausto, tendo sido fundamental que os Direitos Humanos fossem vistos como coisas que deveriam ser garantidos até aos que fossem vistos como "inimigos do Estado e da sociedade" para impedir que perseguições horríveis como as que se deram contra os judeus na Alemanha se repetissem.
Explicação:
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