Filosofia, perguntado por daviferraridemelopas, 11 meses atrás

Filosofia:
Um valor social que poderia ser superado nos tempos atuais?

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Respondido por chromecamilla
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No século I, depois de 67, o pensamento ocidental, baseava-se em premissas cristãs e “desde o seu nascimento que os ensinamentos sobre a igual dignidade dos seres humanos seduziu os escravos e os meios mais pobres, mas ao pregar um Deus único, atraiu também mentes brilhantes pertencentes às classes média e à aristocracia.”

(in, Abecedário do Cristianismo, Chavrot, Pierre e Potin, Jean (Público) Edição Portuguesa da Reborne.)

A questão da pertinência dos valores coloca a relação entre os valores (morais, religiosos, políticos, estéticos) e as culturas, na própria medida em que existem relações entre as formas de vida ou as visões do mundo e o quadro de valores que as orientam. Os valores que possam orientar os nossos trabalhos não se diluem, mas têm, pelo contrário, tendência a multiplicar-se até ao infinito, já que a sociedade levanta permanentemente novas questões que suscitam novos valores. A própria ciência não escapa a este processo, visto que é produtora de valores, como no-lo testemunharam a descoberta socrática do conceito e a filosofia platónica, as experimentações no Renascimento ou ainda as crenças da filosofia iluminista.

É inútil dizer que, na perspectiva de Weber, nunca chegaremos a um consenso sobre os valores, ao contrário daquilo que pensavam H. Rickert e G. Schmoller: o primeiro defendia esse consenso devido a uma aproximação dos padrões culturais; o segundo, fundado na ideia de uma consciencialização ética crescente que conduziria a uma unificação moral e a uma unanimidade de ordem convencional entre os povos, entre os cientistas, e que poderia levar à definição de verdades universalmente válidas e aplicáveis às mais diversas atividades. Weber diz mesmo que o anarquista que defende valores extremos, opostos aos valores convencionais, como, por exemplo, os da aceitação das prerrogativas jurídicas ou estatais, pode dignificar e enriquecer a sociologia do Direito ou do Estado, ao evidenciar pontos até então ignorados.

Precisamente, a ciência “faz daquilo que é evidente por convenção um problema” (Max Weber).

Se falar de Liberdade, Igualdade e Fraternidade no final do séc. XVIII já era posicionar o pensamento sobre a sociedade num patamar nunca antes visto, manter esses valores torna-se, nas sociedades contemporâneas, onde “o futuro é já hoje”, igualmente difícil. A instabilidade tende para o caos e as sociedades procuram o equilíbrio, através do bem-estar dos seus cidadãos. Daí a necessidade de haver uma cultura social e organizacional baseada na qualidade de vida percebida, ou seja, a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores nos quais ele vive, e ainda em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

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