(FGV-SP)
Essencialmente, o absolutismo era apenas isto: um aparelho de dominação feudal alargado e reforçado, destinado a fixar as massas camponesas na sua posição social tradicional [...]. Por outras palavras, o Estado absolutista nunca foi um árbitro entre a aristocracia e a burguesia, ainda menos um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça política de uma nobreza atemorizada [...].
ANDERSON, Perry, Linhagens do Estado absolutista. Trad. Porto: Afrontamento, 1984. p. 16-17.
A)Na perspectiva de Anderson, o Estado absolutista significou um rompimento drástico com relação à fragmentação política característica do período feudal? Justifique.
B) Na visão de Anderson, qual era o grupo social dominante nos quadros do Estado absolutista? Justifique.
C) Além dos elementos apontados no texto, ofereça mais duas características constitutivas dos chamados Estados absolutistas.
Soluções para a tarefa
Explicação:
amiga conseguir achar a resposta
a) Na perspectiva de Anderson, o Estado absolutista significou um rompimento drástico com relação à fragmentação política característica do período feudal? Justifique.
(0,5) H15
Segundo o autor, que representa um dos expoentes da visão marxista de História, o Estado Absolutista não representa uma mudança drástica, pois preserva os tradicionais privilégios da velha elite feudal. Tal modelo, desenvolvido na Idade Moderna, apesar de possuir uma estrutura centralizada de poder, representou uma adaptação.
b) Na visão de Anderson, qual era o grupo social dominante nos quadros do Estado absolutista? Justifique. (0,5) H11
Para o autor, a classe dominante é a nobreza, responsável pelo controle dos principais cargos políticos. Ministros, conselheiros e assessores do Rei pertenciam à nobreza, colocando essa classe social no controle do Estado.
c) Além dos elementos apontados no texto, ofereça mais duas características constitutivas dos chamados Estados absolutistas. (1) H22
Os Estados Absolutistas garantiam privilégios ao clero e eram caracterizados por grande intolerância religiosa, principalmente nos países católicos, nos quais o poder do rei era justificado como sendo de origem divina. No campo econômico, os Estados exerciam forte intervenção e controle, preocupados em obter balança comercial favorável, segundo uma mentalidade mercantilista.
Resposta:
Plurall
Explicação:
a) Apesar de o Estado absolutista ter preservado inú- meros elementos feudais – notadamente na questão social abordada no texto de Perry Anderson –, a centralização do poder representou uma ruptura política significativa, em relação à fragmentação do período feudal. Na análise da questão social, o autor afirma que o absolutismo não representou a afirmação de uma burguesia mercantil, mas a manutenção da nobreza no poder em torno do rei, adaptada às mudanças associadas ao desenvolvimento comercial. Para afirmar-se como estrutura dominante de poder, o Estado absolutista buscou ampliar os vínculos com a nobreza.
b) O grupo dominante é a nobreza, atraída para as cortes que gravitam em torno do monarca. O Estado estaria vinculado aos interesses da nobreza e às necessidades de manutenção do poderio sobre as “massas camponesas”, um modelo marcadamente aristocrático na ocupação dos cargos públicos, nos privilégios associados ao nascimento e na estrutura tributária que favorecia a nobreza.
c) Entre as características, podem ser citadas: política econômica mercantilista; manutenção de grandes contingentes militares; grande concentração de poderes nas mãos do monarca e da corte que gravitava em torno do Estado; predomínio da justificativa religiosa para o poder do monarca (teoria do direito divino); marginalização das camadas populares.