fale um pouco sobre o artista contemporâneo José Rezende
Soluções para a tarefa
A prática escultórica de José Resende aponta para a renovação, o enfrentamento e a intensificação da poética das relações do mundo sensível. Trata-se de uma obra que não faz concessão ao conforto do reconhecimento ou à sutileza de massas facilmente assimiladas pelo olhar. Sua formulação material carrega diferentes elementos presentes no tecido urbano das metrópoles contemporâneas incluindo os componentes e sistemas estruturais, a transitoriedade e o anonimato dos fenômenos e as relações humanas.
Formou-se em Arquitetura pela Universidade Mackenzie em 1967, estudou Gravura na Fundação Armando Álvares Penteado e teve aulas com Wesley Duke Lee. Em 1970 fundou, ao lado de Carlos Fajardo, Frederico Nasser e Luiz Paulo Baravelli, o Centro de Experimentação Artística Escola Brasil, onde lecionou até 1974. Ainda na década de 1970, editou com outros artistas e críticos a revista Malasartes, e, em 1980, foi um dos editores da publicação A Parte do Fogo. Em 1984 recebeu a bolsa John Guggenheim Memorial Foundation e, em 2003, teve sua obra reunida na publicação José Resende, publicada pela editora Cosac Naify.
Participou de dezenas de exposições coletivas, dentre as quais a Bienal de São Paulo, SP (edições 1967, 1983, 1989, 1998 e 2018); XI Biennale de Paris, França, na qual recebeu Menção Honrosa (1980); Bienal de Veneza, Itália (1988); Documenta 9, Kassel, Alemanha (1992); Latin American Artists of the 20th Century, Museum of Modern Art, Nova York, EUA; Centre Georges Pompidou, Paris, França (1992-93); Pavilhão das Armas, Sevilha, Espanha (1992); 11th Biennale of Sydney, Austrália (1998); e Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS (2001 e 2004), entre outras.
Realizou individuais na Galeria Millan, São Paulo, SP (2015); no SESC Belenzinho, São Paulo, SP (2013); Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ (1970, 1975 e 2011); Centro Cultural Maria Antônia, São Paulo, SP (2005); Centro Cultural São Paulo, SP (2003); Centro de Artes Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, RJ (1998); Robert Miller Gallery, Nova York, EUA (1995); Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ (1994); Capela do Morumbi, São Paulo, SP (1992); University of Hartford, CT, EUA (1991); Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP (1990 e 1970); e Museu de Arte de São Paulo, SP (1974), entre outras.
Resposta:
José de Moura Resende Filho (São Paulo, São Paulo, 1945). Escultor. Cursa gravura na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em 1963. No mesmo ano, ingressa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie. Começa a estudar desenho com Wesley Duke Lee (1931-2010). Em 1964, faz estágio no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928). Em 1966, funda, com Wesley Duke Lee, Nelson Leirner (1932), Geraldo de Barros (1923-1998), Frederico Nasser (1945) e Carlos Fajardo (1941) o Grupo Rex. Forma-se em arquitetura e é um dos fundadores da Escola Brasil:, juntamente com Luiz Paulo Baravelli (1942), Frederico Nasser e Carlos Fajardo. Na década de 1970, é professor do Instituto de Artes e Decoração da Faculdade de Comunicação e Arte da Universidade Mackenzie, e do Departamento de Escultura da Faculdade de Artes Plásticas da Faap. Em 1975, é co-editor da revista Malasartes, na qual publica artigos. Entre 1976 e 1986, é professor titular de Linguagem Arquitetônica e chefe de departamento na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Entre 1984 e 1985, reside em Nova York como bolsista da Fundação John Simon Guggenheim. Em seus trabalhos, explora as potencialidades expressivas dos materiais empregados, revelando o diálogo com a arte povera e com o pós-minimalismo norte-americano. Trabalha com uma diversidade de materiais como pedras, tubos de cobre, lâminas de chumbo, cabos de aço, chapas e ampolas de vidro. Emprega ainda líquidos como o mercúrio, água e tinta sépia. Em obras mais recentes, usa também o couro e a parafina.
Explicação:
Em síntese, a produção mais característica do artista procura dar relevância aos elementos empregados e às suas relações com o espaço, em lugar de apenas utilizá-los como suporte para formas convencionais. Explora a realidade espacial criando esculturas que incorporam ou dialogam com os espaços vazios. Seus trabalhos distinguem-se pelas articulações plásticas tensas: torções, curvas e nós, que sugerem equilíbrio precário, sensação de movimento ou deslocamento.