fale sobre a arte na política
Soluções para a tarefa
Se nós partimos do princípio de que a arte é a expressão cultural de um povo, que as diversas artes existentes exprimem a vontade, a cultura, a liberdade de um povo, tanto quanto expressam o belo, então é perfeitamente concebível o uso da estética para traduzir um conjunto de valores políticos e, nesse caso, nada mais natural do que a possibilidade de relacionar Arte e Política. Uma forma de arte como o teatro, a música, a Literatura, o cinema, podem traduzir tanto situações comuns do cotidiano quanto relações de poder e dominação, Ideologias, ideias, formas de organização política. São incontáveis os exemplos de manifestação política através do teatro, da música, da literatura, do cinema e até da poesia.
Na música podemos mencionar o movimento tropicalista[1] além de outros estilos musicais que usam a música como forma de protesto (hip-hop, rock, mpb). Para corroborar esta afirmação podemos mencionar a tese de doutorado apresentada à UNESP (2013): “Dramaturgia engajada no Brasil: As produções 'Calabar: O Elogio da Traição' e 'Gota d'água'”, da pesquisadora Cláudia Regina dos Santos, que avalia dois clássicos produzidos na década de 70, a primeira por Chico Buarque e Ruy Guerra (1973) e a segunda por Chico Buarque e Paulo Pontes (1975). Para a pesquisadora os dois trabalhos revelam a dimensão assumida pelo diálogo entre arte e política em uma época em que intelectuais e artistas tinham que enfrentar a censura institucionalizada no País para expressar-se.
Leia mais: https://www.sabedoriapolitica.com.br/arte-e-politica/
Se nós partimos do princípio de que a arte é a expressão cultural de um povo, que as diversas artes existentes exprimem a vontade, a cultura, a liberdade de um povo, tanto quanto expressam o belo, então é perfeitamente concebível o uso da estética para traduzir um conjunto de valores políticos e, nesse caso, nada mais natural do que a possibilidade de relacionar Arte e Política. Uma forma de arte como o teatro, a música, a Literatura, o cinema, podem traduzir tanto situações comuns do cotidiano quanto relações de poder e dominação, Ideologias, ideias, formas de organização política. São incontáveis os exemplos de manifestação política através do teatro, da música, da literatura, do cinema e até da poesia.
Na música podemos mencionar o movimento tropicalista[1] além de outros estilos musicais que usam a música como forma de protesto (hip-hop, rock, mpb).
Para corroborar esta afirmação podemos mencionar a tese de doutorado apresentada à UNESP (2013): “Dramaturgia engajada no Brasil: As produções 'Calabar: O Elogio da Traição' e 'Gota d'água'”, da pesquisadora Cláudia Regina dos Santos, que avalia dois clássicos produzidos na década de 70, a primeira por Chico Buarque e Ruy Guerra (1973) e a segunda por Chico Buarque e Paulo Pontes (1975). Para a pesquisadora os dois trabalhos revelam a dimensão assumida pelo diálogo entre arte e política em uma época em que intelectuais e artistas tinham que enfrentar a censura institucionalizada no País para expressar-se.
O tropicalismo e outros movimentos como a Bossa Nova são analisados pela autora em seu primeiro capítulo. No capítulo sobre o álbum “Calabar o Elogio da Traição”, Cláudia Regina explica que “o tempo dos autores, a ditadura militar da década de 1970, revela o tipo de traição a qual a obra se referia”. Vale mencionar que em 1973, o título do disco foi censurado e foi lançado apenas com o título "Chico Canta", ao invés de “Chico canta Calabar”. Com esta pesquisa nós aprendemos que o disco lança um paralelo entre dois personagens da História do Brasil: o senhor de engenho nordestino Domingos Calabar (que se uniu aos holandeses em invasões ao Brasil no século XVII e, por isso, é considerado um dos grandes traidores da História do País) e o militar guerrilheiro Carlos Lamarca (um dos principais protagonistas da luta armada contra a Ditadura).
Gota d´'água é álbum baseado em Medeia, clássico de Eurípides, considerado pelos gregos o “mais trágico dos trágicos” cuja análise é feita no terceiro capítulo da referida tese. Trata-se de uma adaptação da tragédia (acirrada pela sedução do dinheiro e das divisões sociais) para o subúrbio carioca onde no interior da comunidade periférica está o amor sem limites de Joana por Jasão. Quando ele a abandona para se casar com Alma, ela vinga-se utilizando os próprios filhos, como narra a pesquisadora.
Podemos perceber a união da criatividade artística com a luta política na letra das músicas de vários compositores, como é o caso de Para não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré. Essa composição se tornou um hino de resistência do movimento civil e estudantil que fazia oposição à ditadura durante o governo militar e ainda hoje inspira ativistas e manifestantes em várias regiões.Trecho da música:
Caminhando e cantando / E seguindo a canção
Somos todos iguais / Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas / Campos, construções
Caminhando e cantando / E seguindo a canção
Vem, vamos embora / Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer
[...]
Pelos campos há fome / Em grandes plantações
Pelas ruas marchando / Indecisos cordões
Ainda fazem da flor / Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores / Vencendo o canhão
[...]
Há soldados armados / Amados ou não
Quase todos perdidos / De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam / Uma antiga lição
De morrer pela pátria / E viver sem razão
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