faça uma síntese com o seguinte tema abaixo. a crise econômica mundial e os dilemas da militância e dos movimentos socias afinal quem vai pagar a conta
Soluções para a tarefa
Resposta:
mesmo sistema ideológico que justifica o processo de globalização, ajudando a considerá-lo o único caminho histórico,
acaba, também, por impor uma certa visão da crise e a aceitação dos remédios sugeridos. Em virtude disso, todos os países,
lugares e pessoas passam a se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se tal ´crise´ fosse a mesma para todos e como se
a receita para afastá-la devesse ser geralmente a mesma. Na verdade, porém, a única crise que os responsáveis desejam afastar
é a crise financeira e qualquer outra. Aí está, na verdade, uma causa para mais aprofundamento da crise real - econômica,
social, política, moral - que caracteriza o nosso tempo." SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à
consciência universal. São Paulo: Record, 2000, p.169)
A palavra “crise” tem origem grega, eis que usada por Hipócrates para designar o momento culminante de
uma doença. Assim, para o pai da medicina ocidental, a crise seria o cúmulo da doença, após o que só
poderia advir a cura, a solução. Por essa razão, era o momento crucial para a tomada de decisões, para se
adotar a medida adequada a uma resolução eficaz ao problema.
Quando se fala em crise econômica mundial, há uma tendência alarmista por um lado, que quer propagar a
idéia de que, somente agora, o caos será instalado no mundo; e, por outro, num sentido oposto, há aqueles
que reputam a crise como algo tolo, banal, sem grande importância. As duas idéias polarizadas estão
assentadas sobre o mesmo fundamento, qual seja o mascaramento do verdadeiro fundamento que leva o
sistema de produção capitalista a uma agonia de difícil solução.
A crise, ou a doença (conforme a origem da palavra), é uma característica típica do capitalismo. Seguindo
a argumentação marxista, temos que todo sistema de produção econômica tem, necessariamente, dois
elementos: 1) está baseado na exploração de oprimidos por opressores; 2) sempre traz dentro de si o
princípio da sua própria destruição. Deste modo, na Antiguidade, temos, no sistema escravagista, a
exploração de escravos por senhores, baseada na força bruta, no cativeiro; porém, quando a força se torna
escassa para conter os escravos, o sistema perece, dando lugar a outro. Daí, na era medieval européia,
surge uma nova forma de exploração, agora, baseada na posse da terra, entre servo e senhor feudal;
contudo, quando a produção agrícola é enorme, a sobra é comercializada pelo servo, e este deixa de
depender do senhor, originando outro sistema de produção: o Capitalismo.
Basicamente, e de forma bastante elementar, esta é, para Karl Marx, o raciocínio da evolução econômica
através da história. Toda forma de produção está baseada na exploração, que reside em algum mecanismo
de submissão (força, terra); todavia, o capitalismo cria um modo de opressão própria, fundada na
repartição entre Capital e Trabalho. Há aqueles que possuem o capital (dinheiro) e aqueles que não
possuem – a estes últimos, só resta trabalhar, para que possam transformar o trabalho em capital e se
sustentar no básico. Por essa razão, só existe capitalismo se houver distribuição desigual de renda, trata-se
de um sistema que só sobrevive na desigualdade – só irá se submeter ao trabalho aquele que não possuir
capital, ou seja, se todos possuíssem capital, não haveria trabalho, não haveria exploração, e,
consequentemente, não haveria capitalismo.
Por isso, quando o capitalismo surgiu, ele se fez acompanhar por um projeto ideológico que pudesse
sustentar a desigualdade econômica. Desde seus primórdios, no Renascimento, o abandono de um
princípio de deus como centro do mundo e a organização do método científico perfazem a idéia de que o
homem pode ter o controle de tudo, já que é dotado de razão. O racionalismo, ao lado do sistema
capitalista, constitui a face ilusória da beleza da Modernidade. A razão renascentista encontra, então,