Sociologia, perguntado por eduardaaaaxz, 9 meses atrás

faça uma síntese com o seguinte tema abaixo. a crise econômica mundial e os dilemas da militância e dos movimentos socias afinal quem vai pagar a conta​

Soluções para a tarefa

Respondido por nicebugomil
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Resposta:

mesmo sistema ideológico que justifica o processo de globalização, ajudando a considerá-lo o único caminho histórico,

acaba, também, por impor uma certa visão da crise e a aceitação dos remédios sugeridos. Em virtude disso, todos os países,

lugares e pessoas passam a se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se tal ´crise´ fosse a mesma para todos e como se

a receita para afastá-la devesse ser geralmente a mesma. Na verdade, porém, a única crise que os responsáveis desejam afastar

é a crise financeira e qualquer outra. Aí está, na verdade, uma causa para mais aprofundamento da crise real - econômica,

social, política, moral - que caracteriza o nosso tempo." SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à

consciência universal. São Paulo: Record, 2000, p.169)

A palavra “crise” tem origem grega, eis que usada por Hipócrates para designar o momento culminante de

uma doença. Assim, para o pai da medicina ocidental, a crise seria o cúmulo da doença, após o que só

poderia advir a cura, a solução. Por essa razão, era o momento crucial para a tomada de decisões, para se

adotar a medida adequada a uma resolução eficaz ao problema.

Quando se fala em crise econômica mundial, há uma tendência alarmista por um lado, que quer propagar a

idéia de que, somente agora, o caos será instalado no mundo; e, por outro, num sentido oposto, há aqueles

que reputam a crise como algo tolo, banal, sem grande importância. As duas idéias polarizadas estão

assentadas sobre o mesmo fundamento, qual seja o mascaramento do verdadeiro fundamento que leva o

sistema de produção capitalista a uma agonia de difícil solução.

A crise, ou a doença (conforme a origem da palavra), é uma característica típica do capitalismo. Seguindo

a argumentação marxista, temos que todo sistema de produção econômica tem, necessariamente, dois

elementos: 1) está baseado na exploração de oprimidos por opressores; 2) sempre traz dentro de si o

princípio da sua própria destruição. Deste modo, na Antiguidade, temos, no sistema escravagista, a

exploração de escravos por senhores, baseada na força bruta, no cativeiro; porém, quando a força se torna

escassa para conter os escravos, o sistema perece, dando lugar a outro. Daí, na era medieval européia,

surge uma nova forma de exploração, agora, baseada na posse da terra, entre servo e senhor feudal;

contudo, quando a produção agrícola é enorme, a sobra é comercializada pelo servo, e este deixa de

depender do senhor, originando outro sistema de produção: o Capitalismo.

Basicamente, e de forma bastante elementar, esta é, para Karl Marx, o raciocínio da evolução econômica

através da história. Toda forma de produção está baseada na exploração, que reside em algum mecanismo

de submissão (força, terra); todavia, o capitalismo cria um modo de opressão própria, fundada na

repartição entre Capital e Trabalho. Há aqueles que possuem o capital (dinheiro) e aqueles que não

possuem – a estes últimos, só resta trabalhar, para que possam transformar o trabalho em capital e se

sustentar no básico. Por essa razão, só existe capitalismo se houver distribuição desigual de renda, trata-se

de um sistema que só sobrevive na desigualdade – só irá se submeter ao trabalho aquele que não possuir

capital, ou seja, se todos possuíssem capital, não haveria trabalho, não haveria exploração, e,

consequentemente, não haveria capitalismo.

Por isso, quando o capitalismo surgiu, ele se fez acompanhar por um projeto ideológico que pudesse

sustentar a desigualdade econômica. Desde seus primórdios, no Renascimento, o abandono de um

princípio de deus como centro do mundo e a organização do método científico perfazem a idéia de que o

homem pode ter o controle de tudo, já que é dotado de razão. O racionalismo, ao lado do sistema

capitalista, constitui a face ilusória da beleza da Modernidade. A razão renascentista encontra, então,

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