Faça um texto de 30 linhas contando a participação das mulheres no cangaço.
gente alguém pode fazer pra mim por favorrrr
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BOM..
O Cangaço surgiu por volta de 1870, em meio a uma crise econômica passada pelas cidades do interior do Nordeste, com a crescente industrialização, e um aumento da desigualdade social da região, atenuada por uma grande seca. Os cangaceiros, chamados de “bandidos sociais”, eram um misto de justiceiro e vingador, combatendo a injustiça causada pela crescente desigualdade social e dividindo opiniões sobre seus atos serem heróicos ou criminosos. Esse banditismo surgiu como uma revolta espontânea contra a situação social, vindo de grupos rebeldes que partiram para o crime como forma de sobrevivência e revolta contra as classes dominantes.
Poucas vezes, no entanto, é lembrado que as mulheres fizeram parte do cangaço durante a última década de sua existência, a partir de aproximadamente 1930, passando a ser aceitas no bando a partir da entrada de Maria Gomes de Oliveira, chamada de Maria Bonita pela imprensa após sua morte. Ela era uma mulher separada, algo incomum naquele tempo, quando conheceu o líder do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, chamado Lampião. Após algum tempo de contato entre ambos e visitas do cangaceiro, a polícia foi informada e a família de Maria, ameaçada. Com a mudança de sua família para Alagoas, fugindo das ameaças da polícia, ela tomou uma decisão inédita: acompanharia Lampião em sua vida no cangaço. Quebrando a tradição do movimento, Lampião permitiu sua entrada e um precedente foi estabelecido, permitindo que outras tivessem uma alternativa de vida no bando. Estima-se que houveram mais de 60 mulheres nos grupos e subgrupos do cangaço.
Em meio a uma sociedade que impunha um papel social muito específico para a mulher, a entrada das mesmas em um movimento que já era por si só subversivo à ordem se mostrou um ato de coragem e resistência a diversos padrões de gênero. As cangaceiras eram sertanejas comuns, que viviam em sítios, e eram atraídas muitas vezes pela possibilidade de mudar seu destino, rompendo com a proposta de um casamento arranjado, da domesticidade, do papel exercido nas famílias e até da religiosidade. Muitas aprendiam a ler e escrever, por exemplo, atividade pouco comum para mulheres na época.
Como é relatado pela ex-cangaceira Adília, no cangaço era possível fazer coisas antes proibidas: dançar, se pintar, e pentear o cabelo como preferisse. Portanto, juntar-se ao grupo foi uma declaração de independência própria. Além disso, como já era sabido pela sociedade que essas mulheres estavam sendo visitadas por cangaceiros e não eram mais virgens, se não fossem para o cangaço, acabariam na prostituição.
No entanto, havia cangaceiras que não estavam no bando por escolha pessoal, tendo sido raptadas de suas casas, algumas com menos de 15 anos. Outras violências aconteciam, como violência sexual após o rapto de mulheres, assassinatos de cangaceiras por seus companheiros quando eram acusadas de adultério, sem que qualquer um interviesse, respeitando os códigos morais instituídos por Lampião no seio de seu grupo, e violências físicas vindas muitas vezes dos próprios companheiros.
ESPERO TER JUDADO