explique qual a relação entre mito e Logos
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MITOS!
A palavra mito tem um sentido próprio e um sentido vulgar.
Vulgarmente, a sua noção está associada à idéia de alucinação, delírio, fantasia difícil de se realizar.
Propriamente falando, a dimensão mítica do ser humano está vinculada à construção de sentido, sentido este que procura uma explicação para as suas necessidades vitais.
Uma dessas necessidades refere-se à criação do mundo e dos seres humanos.
LOGOS!
Nome atribuído a Jesus Cristo, peculiar ao Evangelho de João.
Deus considerado como razão, a fonte das ideias na filosofia antiga, e em particular entre os estóicos, como criador que penetra todas as coisas.
Verbo divino.
Para os propósitos de nosso estudo, logos significa simplesmente razão.
Os mitos nascem pelo medo ao desconhecido.
O ser humano, não sabendo explicar a origem da vida e do mundo, cria o mito.
Este lhe dá tranqüilidade à desordem interna.
O mito foi a primeira forma de acesso ao conhecimento. Somente depois é que veio a razão.
Pode-se dizer que o mito fundamenta-se na imaginação; a razão, na explicação racional.
Há dois mil anos na Grécia antiga, o ser humano começou a questionar o mundo externo, não pela via mítica, mas pela via da razão, pela explicação racional das coisas.
Na antiguidade, o nascimento da filosofia – que dava ênfase ao logos – tinha por objetivo desconstruir a visão mítica – fantasiosa – do mundo.
O dualismo se fez presente.
Assim sendo, o mito é atraso, a filosofia traz o progresso; o mito é treva, a filosofia é luz; o mito é obscuro, a filosofia é clara; o mito é a ignorância, a filosofia o saber; o mito é imobilismo, a filosofia representa o progresso histórico; o mito é simbologia, a filosofia constrói argumentos.
A verdade, porém, é que há uma (co) implicação mito-logos.
O ser humano é um misto de fé e de razão, de imaginário e de racional.
Se dermos muita atenção ao sentimento, prejudicaremos a razão; se dermos muita atenção à razão, poderemos cair na mesma armadilha em que caiu Descartes, ao afirmar que é pela razão que conhecemos a Deus.
O pensamento correto seria: somente depois de sentirmos Deus dentro de nós é que teremos condições de analisá-Lo à luz da razão, e não o contrário.
Antes de ser racional, o ser humano é afetivo.