Explique o tripé em que se baseou o Brasil em sua entrada na lógica capitalista
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A discussão mais acalorada de hoje é sobre a estrutura da política econômica no Brasil. Desde 1999 vivemos sobre o chamado “tripé macroeconômico” que une o sistema de metas para inflação, o câmbio flutuante e o superávit primário, aquela economia nos gastos públicos para pagar os juros da dívida brasileira.
E agora, como anda o equilíbrio desse tripé? Uma das visões entre os analistas explica que o atual momento internacional forçou os países a serem mais criativos para manter a casa em ordem, usando os instrumentos conhecidos e ousando com novidades, o que justificaria a mudança no equilíbrio do tripé, sem abalar suas raízes.
Isso significou uma oportunidade de ouro para fazer uma redução aguda na taxa básica de juros, hoje em 7,5% ao ano. O outro lado dessa moeda foi uma maior tolerância com uma inflação acima da meta por um tempo mais prolongado, para não deixar o PIB se desvair.
As duas “criatividades” mais recentes estão nas políticas cambial e fiscal. O governo “assumiu” que o dólar tem que ficar entre R$2,00 e R$ 2,10 para proteger a indústria nacional. Para manter a moeda norte-americana nessa banda, o BC compra e/ou vende dólares. O câmbio então passou a flutuar ao sabor de Brasília e não mais ao valor do dólar no mercado internacional.
No caso da política fiscal, essa é a que mais gera controvérsias. No lado do “bem”, a equipe econômica usou a mesma oportunidade de ouro para mexer na carga tributária e reforçar a competitividade brasileira. Mesmo sabendo que vai arrecadar menos por um tempo, o governo reduziu impostos de produtos, da folha de pagamento de empresas, da energia e mais outros tantos incentivos fiscais país afora.
Com menos receita, como fechar a conta para cumprir o superávit primário, o terceiro tripé da economia? É o lado “do mal” que responde a essa questão. Com uma criatividade duvidosa, o governo fez uma manobra para injetar dinheiro nos bancos públicos e, até o final do ano, receber em “cash” mais dividendos das instituições. Esse “extra” vai cobrir o buraco na arrecadação e cumprir a meta de superávit.