Explique o processo de transição política do Brasil no final dos anos 70 até 1984?
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A década de 1980 foi extremamente importante para a história brasileira uma vez que o país buscava deixar para trás todo um passado muito conturbado e violento. Foi no transcorrer desse período que ocorreu a transição da Ditadura Militar (1964-1985), ou Ditadura Civil-Militar para o período democrático, conhecido também como Nova República (1985-).
Com o enfraquecimento da ditadura, vários movimentos oriundos da sociedade civil passaram ganhar cada vez mais força, sendo o mais famoso o movimento das Diretas Já! (1983-1984).
Exemplar de jornal no qual aparecem, em primeira página, figuras de destacado valor para o período, como o político Tancredo Neves (superior esquerda), artistas como Fagner e Chico Buarque de Holanda e Raul Cortez (canto inferior direito) bem como de populares (centro esquerda). O intuito era demonstrar que havia união entre todos os segmentos nacionais em prol da redemocratização.
O contexto de descontentamento com o regime militar se apresentava como síntese das contradições oriundas do momento de maior expressão da ditadura, ou seja, da transição da década de 1960 para 1970. Nesse período o Brasil passou por um primeiro momento de euforia para como o regime militar por dois motivos: O Brasil havia ganho a Copa do Mundo de 1970, conquistando assim o tricampeonato mundial, e ainda colhia os frutos da melhoria dos indicados econômicos promovidos pelos militares conhecido como Milagre Econômico (1969-1973).
Devido as mudanças administrativas e decisões do governo, o PIB brasileiro subiu mais de 5% em um período de 05 anos. O grande problema desse bom desempenho econômico foi que a inflação, no mesmo período de tempo, disparou aproximadamente 15%, afetando o custo de vida da população, em especial, dos mais pobres. As mudanças apenas foram sentidas positivamente nos cofres dos mais ricos, acarretando um profundo processo de acúmulo de renda e agravamento da desigualdade social.
Com a inflação fora de controle, os crimes, casos de corrupção e violência dos militares foram ficando cada vez mais evidentes, diversos movimentos sociais críticos à ditadura passaram a ganhar cada vez mais espaço junto à sociedade, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), e sindicatos como a CUT (Central Única dos Trabalhadores),além de artistas e intelectuais. Com o apoio da população, que só se fazia crescer, esses grupos realizaram diversas greves, paralisações e atos Brasil afora, empenhados em derrubar o regime militar e devolver à população o direito ao voto, parte importante da realização da cidadania moderna.
Cartaz convocando as pessoas para participarem de ato a favor das Diretas Já.
Entre os anos de 1983 e 1984 ocorreu um número incontável de manifestações em prol da realização de eleições diretas para presidente e para os demais cargos políticos. As pessoas saiam às ruas como os rostos pintados com as cores verde e amarelo representando uma vontade nacional única de exercitar a nossa cidadania através da livre manifestação, em um diálogo com a opressão e censura característica da ditadura. Estes atos já sinalizavam a nítida mudança da mentalidade da população. Destaca-se aí a manifestação ocorrida no dia 10 de abril de 1984, em São Paulo na Praça da Sé na qual compareceram mais de 1 milhão de pessoas.
Personalidades intelectuais e políticas em reunidas em comício pelas Diretas Já! Na foto encontram-se dois ex-presidentes do Brasil: à esquerda, Fernando Henrique Cardoso, e, à direita Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a crescente pressão popular, os políticos passaram a buscar uma solução para o chamado das ruas. Em 25 de abril de 1984, ocorreu uma sessão no Congresso Nacional para se discutir a instauração de uma emenda proposta pelo deputado Dante de Oliveira que tornaria possível a realização de eleições direitas naquele ano. Contudo, os militares temiam os rumos que tais reivindicações poderiam tomar e optaram por não permitir a população acompanhar a votação dentro do Congresso, e ainda reforçou a segurança do local. Passaram então a buscar uma saída conciliadora para o momento, uma maneira de atender a população sem, no entanto, correr o risco de perder o controle da situação e ainda serem condenados pelos crimes fiscais e contra os direitos humanos ocorridos em seus governos.
Mas não eram só os militares que temiam os rumos das manifestações, os próprios políticos, muitos ligados aos militares, sentiam que ceder completamente ao apelo dos manifestantes seria um tiro no pé já que demonstraria que a vontade do povo unido deveria ser acatada pelas instâncias de poder.
Com o enfraquecimento da ditadura, vários movimentos oriundos da sociedade civil passaram ganhar cada vez mais força, sendo o mais famoso o movimento das Diretas Já! (1983-1984).
Exemplar de jornal no qual aparecem, em primeira página, figuras de destacado valor para o período, como o político Tancredo Neves (superior esquerda), artistas como Fagner e Chico Buarque de Holanda e Raul Cortez (canto inferior direito) bem como de populares (centro esquerda). O intuito era demonstrar que havia união entre todos os segmentos nacionais em prol da redemocratização.
O contexto de descontentamento com o regime militar se apresentava como síntese das contradições oriundas do momento de maior expressão da ditadura, ou seja, da transição da década de 1960 para 1970. Nesse período o Brasil passou por um primeiro momento de euforia para como o regime militar por dois motivos: O Brasil havia ganho a Copa do Mundo de 1970, conquistando assim o tricampeonato mundial, e ainda colhia os frutos da melhoria dos indicados econômicos promovidos pelos militares conhecido como Milagre Econômico (1969-1973).
Devido as mudanças administrativas e decisões do governo, o PIB brasileiro subiu mais de 5% em um período de 05 anos. O grande problema desse bom desempenho econômico foi que a inflação, no mesmo período de tempo, disparou aproximadamente 15%, afetando o custo de vida da população, em especial, dos mais pobres. As mudanças apenas foram sentidas positivamente nos cofres dos mais ricos, acarretando um profundo processo de acúmulo de renda e agravamento da desigualdade social.
Com a inflação fora de controle, os crimes, casos de corrupção e violência dos militares foram ficando cada vez mais evidentes, diversos movimentos sociais críticos à ditadura passaram a ganhar cada vez mais espaço junto à sociedade, como a UNE (União Nacional dos Estudantes), e sindicatos como a CUT (Central Única dos Trabalhadores),além de artistas e intelectuais. Com o apoio da população, que só se fazia crescer, esses grupos realizaram diversas greves, paralisações e atos Brasil afora, empenhados em derrubar o regime militar e devolver à população o direito ao voto, parte importante da realização da cidadania moderna.
Cartaz convocando as pessoas para participarem de ato a favor das Diretas Já.
Entre os anos de 1983 e 1984 ocorreu um número incontável de manifestações em prol da realização de eleições diretas para presidente e para os demais cargos políticos. As pessoas saiam às ruas como os rostos pintados com as cores verde e amarelo representando uma vontade nacional única de exercitar a nossa cidadania através da livre manifestação, em um diálogo com a opressão e censura característica da ditadura. Estes atos já sinalizavam a nítida mudança da mentalidade da população. Destaca-se aí a manifestação ocorrida no dia 10 de abril de 1984, em São Paulo na Praça da Sé na qual compareceram mais de 1 milhão de pessoas.
Personalidades intelectuais e políticas em reunidas em comício pelas Diretas Já! Na foto encontram-se dois ex-presidentes do Brasil: à esquerda, Fernando Henrique Cardoso, e, à direita Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a crescente pressão popular, os políticos passaram a buscar uma solução para o chamado das ruas. Em 25 de abril de 1984, ocorreu uma sessão no Congresso Nacional para se discutir a instauração de uma emenda proposta pelo deputado Dante de Oliveira que tornaria possível a realização de eleições direitas naquele ano. Contudo, os militares temiam os rumos que tais reivindicações poderiam tomar e optaram por não permitir a população acompanhar a votação dentro do Congresso, e ainda reforçou a segurança do local. Passaram então a buscar uma saída conciliadora para o momento, uma maneira de atender a população sem, no entanto, correr o risco de perder o controle da situação e ainda serem condenados pelos crimes fiscais e contra os direitos humanos ocorridos em seus governos.
Mas não eram só os militares que temiam os rumos das manifestações, os próprios políticos, muitos ligados aos militares, sentiam que ceder completamente ao apelo dos manifestantes seria um tiro no pé já que demonstraria que a vontade do povo unido deveria ser acatada pelas instâncias de poder.
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