Geografia, perguntado por kauajose7, 10 meses atrás

Explique o declínio econômico pelo qual o Uruguai passou a partir de 1960

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Respondido por JOAODIASSIM
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Os anos 1960, no Uruguai, reiteraram muitos processos bem conhecidos na América Latina da época. A crise econômica se traduziu na visão de ruptura de uma “industrialização sem horizontes”, de um “agro estancado” e sem mercados, de um “comércio exterior desequilibrado”, legados menos defensáveis do país reformista e de sua prosperidade frágil. A adoção de políticas ultraliberais, nas linhas do receituário do FMI, fracassou rapidamente. Atrás da evidência generalizada da crise de todo um modelo de desenvolvimento, a violência política se instalou como instrumento de luta pelo poder, após décadas nas quais os pleitos internos pareciam dirimir-se nas urnas. A polarização ideológica chegava ao Uruguai, desprovido então de seus velhos “amortizadores” (um Estado redistribuidor e “capitalista substituto”, partidos “keynesianos” que regulavam em regras clientelísticas o mercado de trabalho e os preços internos, excedentes derivados de contextos favoráveis para a exportação de produtos agropecuários etc.). A população começou a enfrentar problemas inéditos de pauperização, inflação descontrolada, publicidade de fenômenos de corrupção e políticas repressivas em face do crescente protesto social.

O processo uruguaio sofreu uma forte radicalização a partir de 1968, quando o governo presidido por Pacheco impulsionou uma resposta repressiva diante da militarização crescente das ações do MLN e do aprofundamento dos protestos dos movimentos sindical e estudantil. Além disso, o governo realizou, no mesmo ano, um ajuste autoritário na política econômica, com a constituição do chamado “gabinete empresarial” (com altos representantes do setor privado desalojando os políticos “profissionais”) e o decreto de congelamento de preços e salários de 28 de junho de 1968. O crescimento da polarização desembocou em um aumento inusitado da violência política e social, com uma sequela de civis mortos e feridos que não ocorria desde a guerra civil de 1904. Com o pano de fundo do incremento dos conflitos, as Forças Armadas começaram a inclinar-se claramente a favor das opções golpistas, apoiadas – como no resto do continente – pelos Estados Unidos.

Depois de 175 anos de governos colorados, nacionalistas ou de ditaduras cívico-militares, a esquerda uruguaia chegou ao poder com Tabaré Vázquez, eleito presidente em 2005 pela Frente Ampla.

O governo também se valeu do cenário internacional favorável para reduzir o peso da dívida externa em relação ao PIB, que passou de 69%, no início do mandato, para 39% ao seu final. O Uruguai ainda quitou as dívidas com o FMI, e as necessidades de financiamento externo também caíram de 23% para 6% do PIB.

Pepe Mujica assumiu o governo em 2010, dando continuidade, em linhas gerais, ao legado de Vázquez. Assim, as políticas de inclusão social e de distribuição de renda seguiram como prioridade.

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