explique o conceito de industrias de bases no governo de Getúlio vargas
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No dia 24 de agosto de 2014 completam-se os 60 anos da morte do ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954). O político gaúcho, nascido em São Borja (RS), encerrou sua trajetória política dando um tiro no peito, no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então sede da Presidência da República. Vargas foi o presidente que mais tempo ficou no poder, entre 1930 e 1945, e depois entre 1950 e 1954.
No dia 24 de outubro de 1930, Getúlio Vargas chegou ao poder por meio de um golpe de Estado desferido pelos tenentes. Inaugurou um período de transformações políticas e econômicas e rompeu com o federalismo da República Velha. Em 1934, ele assumiria a presidência da República, eleito indiretamente pela Assembleia Constituinte. Ficaria até 1945, quando foi deposto pelos militares, e retornaria para um novo mandato entre 1951 e 1954.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Com realizações e ações que fizeram dele um dos personagens mais controversos e importantes da história do Brasil, Vargas conseguiu cumprir o que escreveu em sua carta de despedida: “Deixo a vida para entrar na história”.
De olho neste legado, com ajuda do coordenador de História do cursinho do Objetivo, Daily de Matos Oliveira, listamos 7 temas que ilustram as principais realizações de Vargas no Brasil.
1. A inauguração do populismo no BrasilO termo "populismo" se refere a uma forma de governar com uma influência muita grande sobre as massas populares. A palavra já foi usada para designar regimes de líderes na América Latina como Juscelino Kubitschek (Brasil), Eva Duarte Perón (Argentina), Evo Morales (Bolívia) e Hugo Chávez (Venezuela).
Getúlio Vargas é considerado o precursor e o maior exemplo do populismo no Brasil. Ele foi identificado como defensor das causas sociais e interesses nacionais, incorporando as massas urbanas ao processo político. Sua liderança carismática, o culto à sua personalidade e o grande apoio popular fez com que ele ganhasse o apelido de “pai dos pobres”.
Segundo o professor, Getúlio inaugurou o populismo no Brasil. No entanto, Daily ressalta que ao mesmo tempo em que beneficiou os trabalhadores e camadas mais populares “ele foi um dos presidentes que mais beneficiou o empresariado brasileiro”. Foi dele, por exemplo, os primeiros usos das palavras ‘miséria’ e ‘pobreza’ em discursos políticos, hoje tão presentes nas falas de políticos.
2. O impulso ao desenvolvimento industrialAntes do Getúlio, o Brasil era um país majoritariamente agrário e rural e depois passou a ser um país industrial. A crise mundial de 1929 afetou a exportação agrícola do Brasil, principalmente a cafeicultura, base da economia nacional. Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a oferta de produtos industrializados e importados foi reduzida.
Para o país ter mais autonomia, o governo interferiu intensamente na economia e criou uma série de medidas voltadas para o desenvolvimento da indústria brasileira. Foi adotado o modelo de Substituição das Importações e implantada a chamada indústria de base, com infraestrutura que ajudariam outros setores industriais a se desenvolverem.
Getúlio criou empresas estatais em atividades estratégicas como siderurgia (Companhia Siderúrgica Nacional), mineração (Companhia Vale do Rio Doce) e geração de energia (Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco).
O professor ressalta ainda outra criação positiva do governo Vargas, que beneficiou indústria, comércio e o poder público: o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), criado em 1938. “Hoje é praticamente impossível imaginar a elaboração de projetos e programas sociais, por exemplo, sem recorrer aos dados e levantamentos do instituto. Talvez Getúlio, quando o criou, não tivesse a dimensão de quanta utilidade essa ferramenta traria”.
3. O Petróleo é nossoUm dos marcos do segundo Governo Vargas (1951-1954) foi a imposição do monopólio estatal sobre a produção do petróleo, considerada fundamental para o desenvolvimento da nação. A industrialização crescente aumentou a demanda por petróleo. No Brasil, a produção e a distribuição dele eram controladas por companhias norte-americanas. Influenciados pela política nacionalista, setores da sociedade brasileira se mobilizaram para criar a campanha ‘O Petróleo é nosso’, contra a participação de empresas do exterior. Depois de muita polêmica, em 1953, Vargas sanciona a lei que cria a Petrobras, que representava a independência econômica do país.