Explique as táticas dos Mujahidins para vencer a União Soviética na Guerra no Afeganistão
Soluções para a tarefa
Esse golpe ficou conhecido como Revolução de Saur e ocorreu em abril de 1978. Com isso, Daoud Khan foi destituído do poder e executado. Os comunistas atacaram o palácio presidencial, e 18 membros da família do presidente foram assassinados, segundo os historiadores. Assim, Nur Muhammad Taraki tomou o poder no Afeganistão.
Após assumir a presidência, o governo de Taraki iniciou uma série de reformas, de modo a implementar uma agenda comunista no país. Assim, foi iniciada uma reforma agrária, bem como introduzido o ensino laico e permitida a entrada de mulheres nos quadros políticos do Afeganistão.
Essas mudanças repercutiram de maneira muito negativa, sobretudo no interior, dominado por grandes proprietários e grupos conservadores que viam nas medidas em curso uma ameaça ao Islamismo. A insatisfação tornou-se uma rebelião quando esses grupos pegaram em armas e começaram a se rebelar contra o governo.
O comando de Taraki foi abalado por um racha interno no PDPA que levou um dissidente a organizar um golpe (o terceiro só na década de 1970) para derrubá-lo do poder. Com esse novo golpe, Hafizullah Amin transformou-se no presidente do Afeganistão, mas entrou em desgaste com o maior aliado do país: a União Soviética. Veremos a seguir as razões.
Ocupação do Afeganistão
A gestão de Amin gerou a insatisfação na União Soviética por dois motivos: 1º) o governo soviético começou a desconfiar da possibilidade de aproximação dos afegãos com os Estados Unidos; 2º) os soviéticos estava.
Tal ocupação foi organizada inicialmente com 8.500 homens invadindo o país. O ataque resultou na morte de Amin – e, assim, Babrak Karmal assumiu o poder. A ocupação do Afeganistão fez com que os mujahidin convocassem uma jihad (guerra santa) contra os soviéticos, dando início a uma luta que se estendeu por dez anos.
Os mujahidin, que atuavam no interior do Afeganistão, operavam com táticas de guerrilha. Os que lutavam no norte do país aproveitavam a geografia da região e se escondiam em meio à cadeia montanhosa. Durante os anos da Guerra do Afeganistão, esses grupos também contaram com o apoio dos Estados Unidos no fornecimento de armas e treinamento militar.
Existe uma divergência entre os historiadores a respeito das verdadeiras intenções da participação americana nesse conflito e apoio aos mujahidin. Parte dos estudiosos defende a ideia de que os americanos apoiavam os rebeldes afegãos para forçar a retirada imediata dos soviéticos. Já outros afirmam que a estratégia era apoiar os rebeldes para garantir a continuidade da guerra e aumentar o desgaste sobre a economia soviética.
De toda forma, é do conhecimento dos historiadores que existia um grupo interno na CIA que impunha dificuldades e barreiras aos soviéticos, quando foram iniciadas negociações pela retirada das tropas. Esse grupo ficou conhecido como bleeders e ampliava esforços no sentido de barrar as negociações diplomáticas, exatamente para garantir o prolongamento do conflito. O interesse americano em desgastar a economia soviética fazia parte da estratégia do país por conta da Guerra Fria.
Os soviéticos começaram a organizar esforços para retirar suas tropas do Afeganistão a partir da virada de 1985 para 1986. Isso aconteceu porque a guerra era extremamente impopular na União Soviética e, além disso, o impacto dela sobre a economia nacional era muito grande. As negociações foram realizadas durante o governo de Mikhail Gorbachev, que anunciou em 1988 a retirada total das tropas.
As últimas unidades do exército soviético retiraram-se do território afegão no dia 15 de fevereiro de 1989. Os soviéticos, no entanto, seguiram com o apoio financeiro até janeiro de 1992, com o intuito de que o governo do Afeganistão não fosse derrubado pelos rebeldes.
Com a saída das tropas soviéticas, o combate contra os rebeldes foi entregue à responsabilidade do governo afegão, liderado por Mohammad Najibullah. Esse governo se sustentou enquanto recebia o auxílio econômico da União Soviética, mas, uma vez cessado o apoio, não foi capaz de conter a força dos mujahidin. Ainda em 1992, Najibullah foi destituído do poder.
Para a União Soviética, a guerra foi um grande fracasso, pois, além de não conseguir derrotar os mujahidin, o impacto sobre sua economia foi gigantesco. Estima-se que os soviéticos gastaram aproximadamente 2,6 bilhões de dólares ao longo dos dez anos da Guerra do Afeganistão. Os altos gastos com o conflito estão diretamente relacionados à forte crise que atingiu a economia soviética no final da década de 1980.
No caso do Afeganistão, a instabilidade e destruição causadas por anos de guerra levaram à morte mais de um milhão de cidadãos. Além disso, o apoio financeiro e militar americano para os rebeldes fundamentalistas do país teve uma consequência futura grave. Dos islamistas afegãos surgiram dois dos maiores grupos fundamentalistas islâmicos da atualidade: a Al-Qaeda e o Talibã.