Sociologia, perguntado por klebeo, 11 meses atrás

Explique a segregação socioeconômica e etnico-racial nas cidades

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Respondido por hade48
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Para entender a situação atual do negro no Brasil, primeiro é necessário saber como se constituiu sua história no país, nesse sentido, torna-se impossível não mencionar a importância que o negro teve para a sociedade brasileira, não sendo necessária uma observação tão detalhada para ver os traços herdados da população negra. Sabe-se que a vinda dos negros para o país ocorreu em condições desumanas, e que seu papel era atender a todas as atividades do dia a dia, seja nas plantações, nas manufaturas, no comércio ambulante, nas lojas, na criação de gado, nos serviços domésticos, nas oficinas, entre outros (FIGUEIREDO, 2014).
Porém, seus “serviços” deixaram de ter importância já que não atendiam ao novo sistema econômico, adotado pela Revolução Russa e Revolução Industrial, fato que acarretou na abolição da escravatura, a qual viria mudar estruturalmente a sociedade brasileira. Os negros, após a abolição, ficaram à margem da sociedade, sendo substituídos pelos imigrantes, que já detinham conhecimentos acerca da maquinofatura na produção agrícola, o que, consequentemente, acarretou a ida dos negros para as áreas urbanas (FIGUEIREDO, 2014), onde, de acordo com Souza (2005), passaram a desempenhar funções subalternas, já que apenas poucos conseguiam educar- se, ascender nos negócios e prosperar.
Na maioria dos casos, os ex-escravos passaram a habitar áreas urbanas periféricas, em razão de terem sido excluídos geograficamente e expostos ao preconceito racial, o que disseminou os cortiços e as favelas (FIGUEIREDO, 2014), as quais, de acordo com Carril (2006), correspondem ao núcleo habitacional que surgiu desordenadamente, em terreno público, localizado em áreas sem urbanização.
De acordo com Figueiredo (2014, p. 4):
Como consequência de todo esse processo de escravidão e marginalização pós escravidão, o negro permaneceu na sociedade brasileira por muito tempo ocupando uma situação de risco social e vulnerabilidade diante do intenso preconceito com que foram tratados. (FIGUEIREDO, 2014, p. 4)
Apesar disso, ainda hoje é discutido se realmente há ou não discriminação racial no Brasil. Aqueles que admitem sua existência citam os vários casos de atitudes racistas ocorridos cotidianamente em diversos setores da sociedade. Já os que não admitem a existência de discriminação racial no Brasil fundamentam sua posição no fato de que o País abriga um grande número de mestiços e que a verdadeira discriminação considera a classe social do indivíduo e não a cor de sua pele (LOBO, 2008).
A simples existência dessa dúvida, apesar dos diversos estudos e pesquisas que demonstram a vulnerabilidade socioeconômica do negro no Brasil, aponta para o perigo dessa situação, conforme explica a procuradora de Justiça e representante do Conselho Nacional do Ministério Público, Maria Bernadete Figueroa: “o racismo é um grande desconhecido do povo brasileiro e das instituições deste país. As pessoas não conhecem o conceito e, por isso, acham que ele nem existe” (PNUD, 2015). Ainda segundo Figueroa, conhecer e admitir a existência da discriminação racial é fundamental para identificar os mecanismos institucionais que determinam a reprodução do racismo no Brasil.
Antes de prosseguirmos, cabe um esclarecimento. Conforme pontua Sales Augusto dos Santos (2002), negras são as pessoas classificadas como pretas e pardas nos censos e pesquisas demográficas realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):
[...] a diferença entre pretos e pardos no que diz respeito à obtenção de vantagens sociais e outros importantes bens e benefícios (ou mesmo em
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