Explique a importância da produção da cana-de-açúcar para o Nordeste.
Soluções para a tarefa
Resposta:
ela é responsável pela economia do nordeste para se sustentar na época colonial
Resposta:
não e possível contar a história do Brasil sem destinar páginas e mais páginas à cultura canavieira. A cana-de-açúcar chegou em nossas terras junto com os primerios colonizadores e era item obrigatório na bagagem desses desbravadores. Após dias e dias de viagem confinada nos porões das caravelas, essa resistente gramínea - que para uns é originária da Índia, para outros da Melanésia - sentiu-se em casa ao tocar o solo brasileiro, propagou-se e constitui-se como a primeira atividade econômica organizada do Brasil colônia. Em 1630 havia mais de 150 engenhos produzindo cerca de 2 milhões de arrobas de açúcar. No século XVII, a exportação de açúcar rendeu quase 200 milhões de libras esterlinas à Cora portuguesa. De 1700 a 1850, a colônia exportou cerca de 450 milhões de arrobas, passando a ser a maior fornecedora mundial de açúcar.
Se não dá para dissociar a agricultura canavieira de nossa história, também não é possível contar a história da cana sem abordar a região Nordeste do País. Apesar dos primeiros engenhos terem sido instalados na capitania de São Paulo, a maior proximidade da Corte portuguesa favoreceu aqueles implantados na região Nordeste. A capitania de Pernambuco registra sua primeira exportação de açúcar em 1521 e em 1590 destacava-se por meio da produção de açúcar como a mais importante da colônia.
Crises ao longo dos séculos, o setor açucareiro nacional enfrentou diversas crises decorrentes da concorrência com os países mais próximos da Europa devido à retração do mercado internacional, à falta de planejamento administrativo, de mão-de-obra especializada para realizar os reparos necessários e à presença de tecnologia ultrapassada. Mesmo assim, até fins do século XIX a cana-de-açúcar ainda era o principal produto agrícola do País, quando perdeu o posto para o café.
Também é nesse período que o setor canavieiro nordestino perde o trono para São Paulo, que se favoreceu pelas condições climáticas, solo fértil, topografia plana, preços favoráveis, maior mercado consumidor e mão-de-obra especializada. Ao Nordeste restou o mercado externo. Mas em 1924 a economia açucareira nordestina atravessa nova crise, ocasionada pela queda das exportações e pelo aumento da produção açucareira em São Paulo. Foi um golpe fatal e, em muitos casos, a produção nordestina apenas se mantinha graças à intervenção governamental que visava a estabilidade dos preços do açúcar e dava um suporte à produção nordestina contar a expansão das usinas paulistas e fluminenses.
Com a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) em 1933, e depois do Proálcool, na década de 70, a cultura canavieira nordestina continuou respirando, mas a situação ainda não era das melhores, principalmente para Pernambuco, que perdeu o posto de segundo maior produtor para Alagoas. Na década de 80, a produção estabilizou-se. Em 1986, por exemplo, a produção nordestina alcançou 70 milhões de toneladas. Mas nos anos 90 e após quatro grandes secas, a desregulamentação do setor e o fim da tutela do governo - como costumam dizer - levaram a produção a despencar para a casa dos 40 milhões de toneladas. O cenário foi de quebradeira, desemprego e o nordestino, além de presenciar tradicionais usinas deixando de moer, viu seus industriais e suas fábricas seguirem para o Centro-Sul.
Raio X do setor nordestino - com exceção de Alagoas, nos demais Estados a cultura canavieira encolheu drasticamente e apenas recentemente os golpes foram assimilados. Passaram-se, então, a desenvolver mecanismos para aos poucos recuperar a produção perdida.