Português, perguntado por v4mpgabyyzx, 4 meses atrás

Existe a presença de africanos no quadro de Victor Meireles?​

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Respondido por ADMI2022
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Resposta:

As orientações oficiais foram parâmetros contínuos para a instituição que se afirmou como “Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro” ao longo do Oitocentos. Se sua história inicia nos primeiros anos do século, os anos 1880 são particularmente interessantes para observamos a problemática da oficialidade no âmbito das expressões artísticas desse ambiente institucional. As temáticas que orientavam os julgamentos internos podem ser acompanhadas nas obras e artistas premiados nas exposições anuais, bolsas para aperfeiçoamento que materializavam tendências. Mesmo os vínculos estreitos daquele circuito com uma oficialidade governamental se tornam explícitos por meio das encomendas e das aquisições por parte do governo. E o contexto que propomos focar, é o instante de circulação de inúmeros ideários acerca do regime, se monárquico ou republicano para o Brasil. Mais do que isto, a extinção da escravatura, decretada em 1888, se tornou um marco nesse período. Portanto, numa ordem cultural tão agitada, buscamos um repertório específico perseguido naquela dinâmica institucional. Uma presença negra nos temas plasticamente veiculados no circuito da AIBA é uma forma de adentrarmos naquela sociedade. Permite, também, levantarmos questões mais gerais, acerca da construção de argumentos visuais que se tornam forças sociais.

Observemos, então, qual o status e as variações na lógica que enredou tais expressões? Tais fontes trazem o artista que está por trás da obra e seu olhar singular ao construir o enredo que se serve da população negra como referência e projeta identidades sobre a nação.

O ícone negro na paisagem oitocentista

A intersecção entre arte e mecenato governamental no Brasil do século XIX tem pelo menos três momentos em que uma sondagem fertilizaria o tema da presença negra. O engendramento de iniciativas oficiais que produzisse e ao mesmo tempo distinguisse identidades coloniais nas orientações joaninas ou, a criação de simbologias para a identidade na afirmação da Independência são momentos férteis para correlações. Do mesmo modo a paisagem peculiar do império tropical, sob o protagonismo de D. Pedro II, não poupou esforços na produção de um imaginário sobre a nação brasileira. O incentivo à pintura histórica para a conformação de uma memória oficial, foi anterior à própria escrita historiográfica. Mesmo após a fundação do IHGB, os vínculos entre o que este publicava e o que a AIBA ilustrava e vice-versa oferecem a dimensão fartura de fontes descobertas ou aguardando olhares atentos na questão de interesse.


v4mpgabyyzx: Muito obrigada!❤
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