exemplos de efeitos nano que ocorrem na natureza?
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· Os exemplos mais diários que temos são os computadores, que são feitos por transistores em escala nanométricas, e diversos fármacos, que são formados por moléculas com funções específicas
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Na natureza a escala nano compõe muitas coisas facilmente reconhecidas, por exemplo, quando a água é misturada com o óleo, ocorre sobre a superfície um efeito chamado iridescência (efeito arco-íris). Efeito semelhante pode ser observado nas asas da borboleta azul (como as do gênero Morpho). Na verdade isso ocorre porque existem estruturas- nanoestruturas- que ao interagir com a luz modulam o índice de refração no qual a cor muda com o ângulo de observação ou iluminação causando interessante efeito óptico. Outro efeito muito interessante creditado à presença de nanoestruturas é o chamado efeito lótus, que ocorre em muitas folhas de plantas. Tal efeito faz com que a superfície fique extremamente hidrofóbica (tendência a repelir a água) e como resultado, a água não escorre, mas, literalmente, rola sobre o limbo da folha ou forma aquelas gotículas perfeitas.
Alguns desses efeitos observados na natureza despertaram o atenção dos cientistas e inovadores com o interesse de reproduzi-los para diversas finalidades. Nisso está o advento da nanotecnologia, que nada mais é do que explorar e aprimorar as capacidades que nanoestruturas possuem e atribuí-las novas finalidades. O termo “nanotecnologia” foi cunhado por Norio Taniguchi, em 1957, e não descreve apenas uma singular tecnologia, mas engloba uma gama de tecnologias que operam na escala de blocos de construção de materiais biológicos ou manufaturados, partindo do design, caracterização, produção e aplicação de estruturas, dispositivos e sistemas através do controle da forma e tamanho em nanoescala.
Em escala reduzida os compostos podem diferir da sua contraparte correspondente a granel/brutos em relação a diversas características, como: área de superfície, forma, estabilidade, rigidez, revestimento e carga elétrica. Com a nanotecnologia é possível obter novas propriedades dos materiais, antes não observadas quando em tamanho micro ou macroscópico, por exemplo, a tolerância à temperatura, a variedade de cores, as alterações da reatividade química e a condutividade elétrica. A essência da nanotecnologia consiste na habilidade de se trabalhar em nível atômico, molecular e macromolecular a fim de criar materiais, dispositivos e sistemas com propriedades e aplicações fundamentalmente novas. O controle rigoroso de variáveis, tais como pH do meio reacional, temperatura de calcinação e a dispersão das espécies químicas de interesse, é considerado crítico, especialmente quando se considera o controle do tamanho de partícula.
Muitos campos industriais empregam nanomateriais. Em óptica, é usado para fabricar revestimentos antirreflexo. No domínio térmico, eles são utilizados para aumentar a transferência de calor a partir de coletores solares ou melhorar a eficácia do fluido de arrefecimento em transformadores ou melhorar a vida útil das baterias. Nanomateriais de uso industrial são usados para melhorar a resistência ao desgaste ou para criar novas estruturas, mais fortes, mais leves, ou ambas. Na eletrônica, são utilizados para aumentar o desempenho dos componentes como capacitores ou monitores embutidos em telefones celulares. A indústria farmacêutica utiliza para a fabricação de curativos antibacterianos, sondas para a detecção de doenças ou nanorobôs para entrega direciona de medicamentos. No domínio ambiental, podem remediar solos contaminados e filtrar a água de forma mais eficiente.
Entre os nanomateriais de maior produção, pode-se utilizar como exemplo a nanopartícula de Dióxido de Titânio (nTiO2) cuja produção anual alcançou 38.000 toneladas em 2011 nos Estados Unidos e mais de 10.000 toneladas na União Europeia em 2014. nTiO2 é um pigmento branco usado principalmente na produção de tintas, tintas de impressão, produtos de plástico e papel, também utilizada em muitos produtos como comida (corante alimentar E171), cosméticos, protetores solares, cerâmicas, fibras e borracha.
Com tecnologias cada vez mais sofisticadas e grande aporte de investimento é possível que a nanociência avance muito nos próximos anos e equipamentos ou componentes mais eficientes sejam concebidos desde nanorobôs para tratamento de doenças até materiais para construção totalmente resistentes a deterioração. Quando o assunto são nanopartículas ainda há um universo de possibilidades a ser explorado.