Estes parágrafos foram retirados de uma crônica do autor brasileiro Lima Barreto.
Tenho esperança que...
Certas manhãs quando desço de bonde para o centro da cidade, naquelas manhãs em que, no dizer do poeta, um arcanjo se levanta de dentro de nós; quando desço do subúrbio em que resido há quinze anos, vou vendo pelo longo caminho de mais de dez quilômetros, as escolas públicas povoadas.
Em algumas, ainda surpreendo as crianças entrando e se espalhando pelos jardins à espera do começo das aulas, em outras, porém, elas já estão abancadas e debruçadas sobre aqueles livros que meus olhos não mais folhearão, nem mesmo para seguir as lições de meus filhos. Brás Cubas não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria; eu, porém, a transmitiria de bom grado.
BARRETO, Lima. Crônicas.
A crônica é um gênero cuja temática costuma associar-se com percepções retiradas do cotidiano. No trecho de Lima Barreto,
(A)
essa verdade se desconstrói, já que se visita o universo da fantasia.
(B)
isso se comprova, já que a observação da cidade a partir do transporte público é exemplo de algo absolutamente cotidiano.
(C)
há uma contradição em relação a essa ideia, já que a menção a Brás Cubas transforma a crônica em universo fantástico.
(D)
esse perfil cotidiano se materializa na personagem histórica Brás Cubas, provavelmente iminente no cenário carioca da época.
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Conseguimos perceber no trecho da crônica de Lima Barreto, o que é descrito na LETRA D.
Vemos que o personagem de sua crônica, descreve o seu andar por uma das paisagens do Rio de Janeiro (uma paisagem carioca). O mesmo materializa o cotidiano do autor acaba se materializando na descrição do eu-lírico.
Sendo assim, vemos que Lima Barreto, materializa o seu cotidiano na história de seu personagem. Ou seja, faz do seu cotidiano a base para a história de seu personagem.
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