Esses textos, produzidos em épocas diferentes, apresentam temática comum, porém há um ponto de ruptura, pois, no texto 2, o eu lírico
Soluções para a tarefa
Os textos de Luís de Camões e de Carlos Drummond de Andrade possuem temática comum, mas se divergem em um ponto, já que no texto 2, o eu lírico pede perdão pelos erros cometidos. Por causa disso, deve ser marcada a alternativa C.
Ruptura de pontos entre os textos
No texto 1, podemos perceber que há uma dissertação acerca dos erros cometidos pelo eu lírico, com a ressalva de que ele não apresenta nenhum remorso sobre eles. Na verdade, o eu lírico demonstra que tem desejo de vingança.
Já no texto 2, o eu lírico, que também disserta sobre erros que cometeu, se mostra bastante arrependido, pedindo desculpas pelo que fez. Há um grande sentimento de culpa.
Textos do enunciado:
Texto 1
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
Errei todo o discurso dos meus anos;
Dei causa a que a fortuna castigasse
As minhas mais fundadas esperanças.
De amor não vi senão breves enganos.
Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Gênio de vinganças!
Texto 2
A grande dor das cousas que passaram
A grande dor das cousas que passaram
transmutou-se em finíssimo prazer
quando, entre fotos mil que se esgarçavam,
tive a fortuna e graça de te ver.
Os beijos e amavios que se amavam,
descuidados de teu e meu querer,
outra vez reflorindo, esvoaçaram
em orvalhada luz de amanhecer.
Ó bendito passado que era atroz,
e gozoso hoje terno se apresenta
e faz vibrar de novo a minha voz
para exaltar o redivivo amor
que de memória-imagem se alimenta
e em doçura converte o próprio horror!
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