espécie em extinção de Pernambuco
Soluções para a tarefa
Uma importante ferramenta para a elaboração de políticas públicas de preservação da fauna está em construção no estado. O livro vermelho das espécies ameaçadas de extinção, elaborado através de parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco, deverá nortear ações de preservação e diagnosticar os riscos que as espécies, endêmicas ou não, correm no território.
O estudo começou a ser confeccionado em agosto passado durante um ciclo de oficinas na universidade. O primeiro passo foi o levantamento de todas as espécies existentes na área. Posteriormente, elas foram analisadas seguindo critérios como distribuição geográfica e redução da população ao longo dos anos para se chegar ao grau de ameaça sofrido. Até o momento, somente a pesquisa relacionada aos anfíbios está pronta e serve de alerta.
"Devemos pensar nos anfíbios como indicadores de qualidade ambiental. No estado, temos 87 espécies. Dessas, duas são consideradas criticamente em perigo, sete estão em perigo, três são vulneráveis e oito não temos dados suficientes para analisar", explicou o coordenador científico do projeto, professor doutor Geraldo Jorge Barbosa de Moura, do Departamento de Biologia da UFRPE.
Em Pernambuco, apenas duas espécies de anfíbios são consideradas endêmicas (específicas da região). Elachistocleis cesari e Frostius pernambucensis, a última já se enquadra nas espécies em situação de vulnerabilidade. "O aquecimento global não é teórico. A fauna e a flora estão em mudanças dinâmicas drásticas. Precisamos dessas informações para saber como articular políticas que possam inibir ou minimizar os danos", continuou.
Após o término do levantamento dos anfíbios, o material foi encaminhado para validação com o uso da metodologia da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e foi publicado no Diário Oficial em janeiro. O período de análise pelo órgão internacional é de aproximadamente três meses. Agora, os especialistas trabalham no levantamento dos répteis do estado, processo que está 80% concluído, e, em seguida, em novembro, devem iniciar o ciclo de estudos sobre aves.