Geografia, perguntado por Hilary111, 1 ano atrás

escreva um texto sobre a herança histórica da colonização para a atual sociedade brasileira

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Respondido por Layla0071
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No final do século XVI, pode-se 
dizer que boa parte da faixa 
costeira estava colonizada pelos 
europeus e que a população nativa 
do litoral havia sido cultural e 
fisicamente submetida, expulsa ou 
exterminada. 
A catequese, as doenças e a 
escravidão terminaram por destruir 
a cultura material e espiritual dos 
indígenas, vencidos da história. A 
ordem social vencedora nas terras 
brasileiras baseava-se sobretudo 
nos valores dominantes 
portugueses. 
A consolidação da conquista 
territorial portuguesa variou em 
cada região de acordo com a 
capacidade de os povoadores 
superarem os desafios locais, 
obterem escravos e exercerem uma 
atividade econômica lucrativa e 
envolvida de um modo ou de outro 
com a produção de riquezas para a 
exportação e a possibilidade de 
adquirir bens europeus. 
Nesse sentido, o principal fator 
que possibilitou a viabilização da 
colônia foi o sucesso da economia 
açucareira. Nos locais de terras e 
clima favoráveis à produção do 
açúcar, como as capitanias da 
Bahia e Pernambuco, a ocupação 
portuguesa avançou rapidamente. 
A de São Vicente, mesmo não 
possuindo engenhos poderosos, 
pôde desenvolver-se 
economicamente graças ao 
bandeirantismo. 
Em menos de cem anos após o 
descobrimento do Brasil, os 
portugueses já haviam conseguido 
consolidar seu domínio. 
Mostraram-se, com relação a isso 
superiores aos nativos e aos 
franceses, duas das primeiras 
ameaças aos seus projetos. A 
partir daí, a economia açucareira 
adquiriu grande impulso, a 
população branca, negra e mestiça 
cresceu rapidamente (com a 
imigração, o tráfico e o aumento 
da natalidade) nas regiões mais 
desenvolvidas e o controle 
administrativo tornou-se mais 
eficiente. Do final do século XVI 
em diante, aumentou o número de 
engenhos, o que fez crescer o das 
vilas e cidades. 
[...] 
A população da colônia foi se 
constituindo de tipos variados: 
portugueses e europeus de outros 
países, além de vários grupos 
indígenas e africanos e da 
miscigenação, que foi grande, 
embora as uniões de brancos com 
índios e negros não fossem 
prestigiadas e boa parte delas 
tivessem sido constituídas com 
base na violência. 
Da cultura indígena tupi-guarani 
do litoral só restaram traços 
incorporados pela população 
brasileira. 
No que se refere ao intercâmbio 
cultural [...] muitos observadores 
do século XIX se chocavam com a 
pouca roupa usada pelos homens 
e mulheres brasileiros (mesmo 
ricos), quando estavam na 
intimidade e fora das vistas de 
estranhos. Era um hábito bem 
consequente e saudável para o 
clima tropical que só foi aceito e 
assumido na segunda metade do 
século XX. A redução ao mínimo 
das roupas íntimas, o uso de 
shorts, bermudas, biquínis, 
camisetas e blusas leves, 
minissaias, tão comuns em nossa 
época, foi inconcebível até a 
primeira metade do século XX em 
que se exigia a submissão total às 
modas oriundas de outras 
paragens mais frias e formais. O 
brasileiro da Colônia e do Império 
adotou costumes adequados dos 
indígenas, mas só na intimidade 
quando não podia ser visto ou 
criticado pelos donos da verdade 
civilizada. 
A imagem do Brasil, tal como foi 
vista pelos colonos, burocratas, 
jesuítas e visitantes, influenciou as 
opções do povoamento. Os 
recursos naturais já conhecidos e 
utilizados pelos indígenas de uma 
forma cuidadosa e sábia foram em 
grande parte depredadas num 
aproveitamento desenfreado dos 
colonos e dos brasileiros de hoje. 
Tal foi o caso do pau-brasil, que 
praticamente desapareceu no 
século XVII; a mesma sorte tiveram 
os cajueiros do litoral e inúmeras 
outras frutas naturais depredadas 
sem qualquer preocupação de 
replantio. A destruição da 
vegetação dos mangues, 
indispensável para a reprodução 
da fauna marítima - moluscos, 
mariscos, ostras, caranguejos e 
peixes - não cessou até hoje e 
mesmo se agravou, com os 
elevados índices de poluição. 
O patrimônio florestal, com exceção 
da Amazônia ameaçada, foi todo 
desperdiçado, assim como a fauna, 
na qual espécies inteiras 
desapareceram. Os rios, que 
durante vários séculos 
alimentaram a população, hoje são 
depósitos de esgotos e a sua 
poluição ameaça a vida humana. 
Aliás, muitos estão em vias de 
ressecamento pela eliminação total 
das matas ciliares e as que cercam 
as nascentes. 
As maravilhosas riquezas naturais, 
que tanto deslumbraram os 
primeiros observadores, 
fomentaram, até certo ponto, a 
crença da abundância fácil, sem 
trabalho e infindável. A ilusão da 
existência permanente de novas 
áreas virgens para a ocupação 
econômica criou atitudes, visões 
de mundo e táticas de exploração 
econômica em que tudo era tirado, 
destruído e abandonado à própria 
sorte sem reposição alguma. [...] 
A escravidão indígena e a negra 
foram em boa parte responsáveis 
pela desmoralização do trabalho, o 
qual ficou relegado às massas 
exploradas até a morte. Estudos 
modernos confirmam observações 
da época que constataram o 
espantoso desperdício de vidas 
humanas determinado pela 
escravidão no Bra
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