escreva um texto em tom jornalístico sobre como o vírus, apesar de causarem doenças gravíssimas, podem ser úteis a humanidade. me ajudeemm
Soluções para a tarefa
Eles estão em toda parte, no ar que respiramos, na água que bebemos, nos alimentos que comemos e até em nosso corpo e nas nossas entranhas. Estamos falando dos microorganismos – também conhecidos como micróbios ou germes –, seres microscópicos, invisíveis, mas cuja massa total, calcula-se, é 25 vezes maior do que a de todos os outros seres vivos macroscópicos do planeta juntos, incluindo nós, os humanos. Apesar de a imensa maioria das espécies ser inofensiva ou útil para o homem, a imagem dos micróbios – bactérias, vírus, fungos e protozoários – está associada a doenças e à morte. Por isso, não é de estranhar que, entre os mais conhecidos, estejam o vírus da Aids (HIV), os protozoários da malária (Plasmodium falciparum,P. malariae, P. vivax, e P. ovale) e, agora, o bacilo do antraz (Bacillus anthracis). (Veja quadro.)
Talvez essa associação se deva em parte às grandes epidemias pelas quais passou a humanidade ao longo de sua história. A mais célebre delas é a peste bubônica, conhecida também como Peste Negra, que varreu a Europa entre os anos de 1346 e 1353, matando um terço de sua população. Essa doença terrível é causada pela bactéria Yersinia pestis – o nome é uma homenagem ao bacteriologista francês Alexandre Yersin (1863-1943), que a descobriu em 1894 –, transmitida ao homem pela picada de uma pulga que infesta os ratos. "Essa talvez seja a mais perigosa de todas as bactérias", diz o biólogo Rubens Cruz, do Departamento de Ciências Biológicas, da Faculdade de Ciências e Letras (FCL) da UNESP, câmpus de Assis. "Ela é letal em 90% dos casos."
Mas nem só de flagelos e inimigos mortais do homem é feito, no entanto, o mundo invisível dos microorganismos. Também existem os micróbios "do bem". Um exemplo notável é a levedura Saccharomyces cerevisiae (fermento de padaria). "Sem dúvida, é o microorganismo mais utilizado pelo homem", garante o microbiologista Fernando Carlos Pagnocca, do Departamento de Bioquímica e Microbiologia, do Instituto de Biociências (IB) da UNESP, câmpus de Rio Claro. "Graças a esse microorganismo, bilhões de dólares são movimentados anualmente em diferentes indústrias, que exploram seu potencial fermentador para produção de bebidas."
De acordo com Pagnocca, todas as cervejas e vinhos dependem da S. cerevisiae para serem feitos. Assim como o Programa de Álcool brasileiro (cerca de 10 bilhões de litros anuais), também o pão nosso de cada dia necessita dessa levedura para fermentar o açúcar e gerar CO2 (gás carbônico), que faz a massa crescer e ficar leve. "Até a produção de nossa cachaça precisa desse micróbio para desdobrar o açúcar em álcool", explica Pagnocca. "Essa levedura não é, entretanto, o único germe que ajuda a tornar a nossa existência mais prazerosa. Há outros que também fazem isso, como as bactérias que produzem vinagres, as que dão o sabor e o aroma a centenas de tipos de queijos e as que produzem coalhadas, iogurtes, picles, chucrute, tofu, shoio e uma grande variedade de outros alimentos."
A lista dos micróbios "do bem" não acaba aí. Nela devem ser incluídos também aqueles que trabalham anônima e silenciosamente, mas são vitais para a saúde ambiental do planeta. "São os que realizam, de maneira invisível, um trabalho de faxina semelhante ao que é feito pelos urubus", diz Pagnocca. "Eles consomem a matéria orgânica, como folhas, troncos, cadáveres de insetos e outros animais, lixo e todo tipo de material, seja ele natural ou produzido pelo homem."