escreva um breve texto relatando sobre o que devemos resignificar e questionar sobre as supostas verdades antes da COVID-19, pareciam seguras.
Soluções para a tarefa
Em meio a várias reflexões sobre o impacto de uma pandemia (totalmente inédita em minha geração) e os resultados emocionais secundários a ela na população geral, me foi recomendada uma leitura bastante interessante, que veio a complementar e ampliar o leque de possibilidades e reações manifestadas no atual momento.
O texto de Jennifer Cleland, nomeado “Resilience or resistance: A personal response to COVID-19”, aborda a escrita autobiográfica com um dos recursos para expor e validar vivências incompreensíveis a nível consciente, ampliando o contato do autor e do leitor com conteúdos significativos, porém não racionalizados durante a vivência em si.
A partir desta proposta, seria possível entrar em contato com nossos próprios mecanismos de defesa, e olhar de frente pensamentos, comportamentos e decisões durante essa fase tão caótica, de modo mais refletido e coerente, ressignificando e redirecionando nossas ações.
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Pandemia de Covid-19
Todo esse processo vem de encontro à realidade vivida por cada um de nós desde o início da pandemia de Covid-19, que tirou da zona de conforto a sociedade dos cinco continentes do planeta. Apesar de todos os mecanismos de defesa disponíveis em nossa psiqué, neste momento é totalmente impossível não se sentir atingido ou influenciado por uma situação que coloca em cheque nossa saúde física, mental, economia mundial e sobrevivência.
Abordando de modo mais simples e minucioso as reações psíquicas neste cenário, inicialmente poderíamos citar a negação, mecanismo de defesa básico e primitivo presente em qualquer circunstância que ameace a homeostase mental do ser humano. A própria autora do texto supracitado, menciona seu comportamento inicialmente evitativo, de não buscar e nem se apropriar de informações a respeito da situação mundial. Tal comportamento inconsciente advém de nossa necessidade de manter o distanciamento emocional de uma situação ameaçadora. Sabemos que ela existe, mas nos mantemos distantes afetivamente para que não se torne de fato “real” e presente em nossas vidas.
Infelizmente, a negação, assim como a esquiva não conseguem perdurar por longos períodos, ainda mais quando somos alvejados insistentemente com informações sobre o fato que se tenta ignorar. Tanto a imposição social do assunto como as consequências ocasionadas por ele, confrontam em tempo real os indivíduos, exigindo condutas mais racionais e adaptativas. No caso dos profissionais da saúde, de modo ainda mais pessoal, a negação deixa de se sustentar, a partir do momento que algum evento pessoalmente significativo confronta a realidade. Um bom exemplo, é a chegada dos primeiros pacientes, a morte decorrente da doença, a internação de colegas de trabalho contaminados com o vírus… enfim, não há como se sustentar na negação quando os efeitos da realidade estão por toda parte.