Escreva sobre a importância da Lei de Anistia, ocorrida durante o governo de Figueiredo.
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O movimento pela anistia havia sido iniciado pela advogada Therezinha Zerbini através da criação do Movimento Feminino pela Anistia (MFPA), em 1975. Seu marido era o ex-militar Euryale Zerbini, que houvera sido forçado à reserva por não apoiar o golpe de 1964. Os comitês desse movimento se espalharam em solo nacional e internacional, receberam apoio da Igreja Católica e do recém-criado PMDB no início da década de 1980. Um ano antes da aprovação da lei, foi criada outra importante instituição que levantaria a bandeira da anistia, o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA). Formado por advogados, parentes e amigos de presos políticos do regime militar, o CBA uniu forças em torno do pedido de "anistia ampla, geral e irrestrita", que ficou conhecido como slogan da campanha.
Durante os meses seguintes o crescimento dos CBAs foi notável e resultou em manifestações espalhadas por vários cantos do país, apoiadas por intelectuais, artistas e pela opinião pública. Dentre elas, a mais notável foi o bandeirão com o slogan da campanha, hasteado pela torcida da Gaviões da Fiel no dia 11 de fevereiro de 1979, durante um clássico entre Santos e Corinthians que acontecia no estádio do Morumbi. A manifestação foi transmitida por diversas emissoras de TV e estampou capas de jornais e revistas nos dias seguintes.
Aprovada em 28 de agosto de 1979, a lei nº 6.683 concedeu a anistia a todos que cometeram crimes políticos ou eleitorais e àqueles que sofreram restrições em seus direitos políticos em virtude dos Atos Institucionais (AI) e Complementares, entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979. Excluiu do benefício aqueles que foram condenados por crime de terrorismo, atentado pessoal ou sequestro, mas incluiu as esposas de militares que foram demitidos por AI. Além disso, permite o retorno a vida político-partidária dos anistiados, desde que em partidos legalmente constituídos (BRASIL, 1979).
Após a aprovação da lei de Anistia, houve o retorno ao Brasil de muitos exilados, dentre eles líderes de esquerda tais como Brizola e Luís Carlos Prestes. Por outro lado, a lei também perdoou os crimes realizados por membros das forças armadas durante o regime militar. Quanto aos CBAs, após a lei, seguiram outros rumos tornando-se, progressivamente, entidades de luta pelos direitos humanos.