Português, perguntado por samirarodrigues1234, 6 meses atrás

escreva o texto falando os problemas enfrentados pelas pessoas de baixa renda que quer entrar no mundo digital

Anexos:

samirarodrigues1234: Genteee me ajude pvf pelo amor de Deus

Soluções para a tarefa

Respondido por israelrodriques70x7
0

Resposta:

suas aulas presenciais. Após 5 meses sem aulas, elas começam a retomar ou planejar o retorno de forma virtual. Segundo levantamento do Ministério da Educação (MEC), 19 universidades continuam com as atividades suspensas, 47 operam ou estão se organizando para operar de forma remota e três funcionam de maneira parcial, mas o retorno das aulas de forma online encontra dificuldades devido à alteração do perfil socioeconômico dos estudantes e falta de acesso à internet.

Ao longo dos anos, houve uma mudança significativa no perfil do corpo discente universitário, especificamente em relação às características econômicas e raciais. Com a aprovação da lei de cotas, entre 2013 e 2018, mais de 645 mil vagas foram reservadas para o ingresso de estudantes de escolas públicas, pessoas pretas, pardas e indígenas, e pessoas com deficiência, segundo pesquisa do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Essa mudança trouxe outras demandas para o espaço universitário e reforçou a importância dos programas de assistência estudantil.

Os dados evidenciam a importância deste debate. Os principais fatores que afetam a vida e o empenho acadêmico de homens e mulheres pretas e pardas (que formam o grupo negras) são as dificuldades financeiras. Em relação às mulheres negras, 26% citam as dificuldades financeiras, seguida de problemas emocionais (24%) e carga excessiva de trabalhos estudantis (23%). Os homens negros também citaram as dificuldades financeiras na mesma proporção (26%), além da falta de disciplina para estudar (24%) e o tempo de deslocamento para a universidade (17%).

O levantamento está presente no boletim “Raça. Gênero e Saúde Mental nas Universidades Federais”, realizado pelo Gemaa, que analisa os dados da V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior Brasileiras, patrocinada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Estudantis (Fonaprace), realizada em 2018.

200820_volta as aulas22

“Quando olhamos toda a amostra da pesquisa, a questão financeira é colocada como uma das principais questões para permanência, mas quando separamos por gênero e raça, conseguimos observar esse impacto maior da condição financeira para pessoas pretas e pardas. Apesar de ser mencionada em algum momento por pessoas brancas, isso nem entra como seus principais problemas, enquanto para pessoas pretas e pardas é o principal”, comenta Poema Eurístenes Portela, pesquisadora do Gemaa e doutoranda de sociologia do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp/Uerj).

Para a pesquisadora, como as cotas raciais estão presentes dentro das cotas sociais, os alunos cotistas negros já são um grupo vulnerável economicamente. Porém, como a pesquisa é feita com todos os alunos, cotistas e não cotistas, é possível ir além e relacionar com a condição socioeconômica da população brasileira, e isso é uma dificuldade maior para pessoas negras.

[+] Leia também: Os cortes do MEC no coração das cotas do Brasil

Segundo a análise do Gemaa, 21% dos homens brancos disseram não apresentar dificuldades de empenho acadêmico. “É interessante pontuar isso porque indica como a experiência universitária para esse grupo é diferente em relação aos homens negros, por exemplo, que apontam questões financeiras e de deslocamento. Esse dado revela como, a depender do seu gênero e da cor da sua pele, sua experiência no espaço universitário pode ser diferente”, destaca Portela.

Na análise do Gemaa sobre permanência na universidade e principais motivações para abandono, as mulheres negras são as que mais declararam pensar em abandonar o curso em que possuem matrícula ativa (55%), seguidas por mulheres brancas (52%), homens negros (48%) e, por fim, homens brancos (46%). Mulheres e homens negros mencionaram novamente as dificuldades financeiras com principal motivação para abandono, 37% e 36% respectivamente.

200820_volta as aulas2

Perguntas interessantes