Question

Era um moço bacharel que passava por ter talento. Representara de galã no teatro acadêmico, em Coimbra, com muito aplauso; e tomara a esse tempo o hábito de passear à tarde na Sofia, com o ar fatal com que no palco arrepelava os cabelos, ou levava, nos transes de amor, o lenço aos olhos. Depois em Lisboa arruinara um pequeno patrimônio com o amor de Lolas e de Carmens, ceias no Mata, muita caça no Xafredo e perniciosas convivências literárias: aos trinta anos estava pobre, saturado de mercúrio e autor de vinte folhetins românticos na Civilização: mas tornara-se tão popular, que era conhecido nos lupanares e nos cafés por um cognome carinhoso, era o Bibi. Julgando então que frequentou as câmaras e entrou na carreira administrativa; chamava agora à república que tanto exaltara em Coimbra uma absurda quimera; e Bibi era um pilar das instituições.
QUEIRÓS, E. de. O crime do Padre Amaro. São Paulo: Ciranda Cultural, 2007.
No excerto da obra O crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós, destaca-se uma descrição
a) subjetiva e sugestiva, cujo período histórico apresenta um novo regime ditatorial salazarista e todos os jornais são censurados.
b) individualista e dadaísta, em uma época na qual há a disseminação do totalitarismo e os jornais são controlados pelo governo.
c) subjetiva e crítica, em um momento histórico no qual há a consolidação do poder da burguesia e os jornais são o meio de comunicação mais efetivo.
d) idealista e assimétrica, cuja época expõe muitos burgueses desempregados e os jornais são o meio pelo qual eles conseguem trabalho.
e) egocêntrica e futurista, cujo contexto histórico mostra uma burguesia que está em decadência e os jornais são o meio pelo qual essa classe social se reergue.

Answer 1

Subjetiva e crítica, em um momento histórico no qual há a consolidação do poder da burguesia e os jornais são o meio de comunicação mais efetivo.

Answer 2

A questao Correta e a Letra C