História, perguntado por DudinhaSantos18311, 5 meses atrás

Entre os dois trechos do romance, nota-se o movimento que vai da memória de vivências à revisão que o defunto autor faz de um mesmo episódio. A citação, pertencente a outro capítulo do mesmo livro, que melhor sintetiza essa duplicidade narrativa, é

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Respondido por camilaperrut
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A questão abordada demanda interpretação de um texto de Machado de Assis e, de acordo com o enunciado proposto, podemos concluir que a resposta mais adequada está prevista na alternativa B.

Análise dos textos de Machado de Assis

Ambos os textos abordam uma experiência qualificada como negativa, qual seja, o envelhecimento. Todavia, o narrador assume um tom entre o humorístico e o melancólico, como podemos notar no discurso dirigido ao leitor: “Valha-me Deus! É preciso explicar tudo.” ou ainda na imagem descrita dos cinquenta anos, em forma humana, esperando o protagonista no carro, fazendo com que este perca a pretensa sensação de juventude e vigor.

Esse estilo de texto, que combina humor e um riso amargo é sintetizado na zombaria e na melancolia, presentes não só no prefácio de Memórias Póstumas de Brás Cubas, mas também de maneira recorrente no decorrer do romance.

Por fim, como sua pergunta está incompleta, é provável que o trecho abaixo seja o complemento do enunciado. Ressalto que a resposta acima foi dada com base nestas informações:

"I. Cinquenta anos! Não era preciso confessá-lo. Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto* como nos primeiros dias. Naquela ocasião, cessado o diálogo com o oficial da marinha, que enfiou a capa e saiu, confesso que fiquei um pouco triste. Voltei à sala, lembrou-me dançar uma polca, embriagar-me das luzes, das flores, dos cristais, dos olhos bonitos, e do burburinho surdo e ligeiro das conversas particulares. E não me arrependo; remocei. Mas, meia hora depois, quando me retirei do baile, às quatro da manhã, o que é que fui achar no fundo do carro? Os meus cinquenta anos.

*ágil

II. Meu caro crítico, Algumas páginas atrás, dizendo eu que tinha cinquenta anos, acrescentei: “Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto como nos primeiros dias”. Talvez aches esta frase incompreensível, sabendo-se o meu atual estado; mas eu chamo a tua atenção para a sutileza daquele pensamento. O que eu quero dizer não é que esteja agora mais velho do que quando comecei o livro. A morte não envelhece. Quero dizer, sim, que em cada fase da narração da minha vida experimento a sensação correspondente. Valha-me Deus! é preciso explicar tudo.

Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Entre os dois trechos do romance, nota-se o movimento que vai da memória de vivências à revisão que o defunto autor faz de um mesmo episódio. A citação, pertencente a outro capítulo do mesmo livro, que melhor sintetiza essa duplicidade narrativa, é:

a) “A conclusão, portanto, é que há duas forças capitais: o amor, que multiplica a espécie, e o nariz, que a subordina ao indivíduo”.

b) “Obra de finado. Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil perceber o que poderá sair desse conúbio”.

c) “Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e, aliás, ínfimo, porque o maior defeito do livro és tu, leitor”.

d) “Viver não é a mesma cousa que morrer; assim o afirmam todos os joalheiros desse mundo, gente muito vista na gramática”.

e) “Não havia ali a atmosfera somente da águia e do beija-flor; havia também a da lesma e do sapo”.

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