Entre as tentativas de encontrar o melhor ângulo para
retirar o terneiro, meu irmão, o guri e seu pai tentavam
convencer Jaqueline de que a morte da vaca não seria
uma grande perda: "não é a mesma coisa que perder um
pai, um avó, que a gente lembra para o resto da vida, fica
lá no cemitério", "bicho é bicho". Jefferson, o guri, repetia
tudo que o pai dizia, mas já afastado, pois havia sido
corrido pela mãe.
Jaqueline repete: "pra mim não tem diferença!
Os bichos estão tudo na volta. Eles sabem quando eu
chego, me conhecem, sabem o meu cheiro. Sou eu que
dou comida. Não tem diferença nenhuma!". O pai tenta
concordar sem afrontar os caras, dizendo que as pessoas
desenvolvem valor de estima pelos animais.
KOSBY, M. F. Mugido (ou diario de uma doula), Rio de Janeiro: Garupa, 2017
No fragmento, as reações à perda de um animal refletem
concepções fortalecidas pela:
A) sensibilidade adquirida com a lida no campo.
B) banalização da morte em função de sua recorrência.
C) expectativa do sofrimento na visão do destino humano.
O certeza da efemeridade da vida como fator de
pessimismo.
empatia gerada pela interseção entre o homem e seu ambiente.
D) certeza da enfermidade da vida como fator pessimismo
E) empatia gerada pela intersecção entre o homem é seu ambiente
Soluções para a tarefa
Resposta:
letra E
Explicação:
Jaqueline reflete sobre como os animais fazem parte da
sua vida e do seu ambiente, estando “tudo na volta”. Há, portanto,
uma interseção entre o ser humano e seu ambiente
No fragmento do texto me questão, é possível determinar que as reações mediante a perda de um animal do campo em específico geraram conflitos de ideais, sobretudo na reação de Jaqueline, causada pela empatia (item E).
De acordo com o texto em questão, temos que o acontecimento da morte é algo inerente às pessoas daquela região. Contudo, principalmente para a personagem de Jaqueline, os animais se relacionam com o ambiente (isso é, com o meio) daquelas pessoas, e, portanto, devem ser tratadas com o mínimo da empatia.
O irmão de Jaqueline até tenta acalmar os ânimos dela, dizendo que "bicho é bicho", simulando que a vida deles não é tão importante quanto parecida. Entretanto, Jaqueline já havia sentido o sentimento de empatia pelo animais, e não se sentiria de outra maneira.
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