Entra Todo o Mundo, homem como rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que se lhe perdeu; e logo após ele um homem, vestido como pobre, este se chama Ninguém, e diz:
[...]
Ning. Como hás nome, cavaleiro?
Mundo. Eu hei nome Todo o Mundo,
e meu tempo todo inteiro
sempre é buscar dinheiro,
e sempre nisto me fundo.
Ning. Eu hei nome Ninguém
e busco a consciência.
Belz. Esta é boa experiência:
Dinato, escreve isto bem.
Din. Que escreverei, companheiro?
Belz. Que Ninguém busca consciência,
e Todo o Mundo dinheiro.
VICENTE, G. Auto da Lusitânia. In: Obras-Primas do Teatro Vicentino. São Paulo/Rio de Janeiro: Difel, 1980.
Vocabulário
Como hás nome?: Qual é o seu nome?
Eu hei nome: Meu nome é.
Fundar: ter como base, fundamento, orientação moral.
No texto, trecho de cena do Auto da Lusitânia (1532), Gil Vicente lança mão de uma série de expedientes literários, como
a) as quatro personagens alegóricas representando os defeitos da sociedade.
b) a função poética da linguagem possibilitando uma defesa do materialismo.
c) o jogo de palavras permitindo a veiculação das críticas do escritor à sociedade.
d) a metalinguagem da fala de Belzebu simbolizando o caráter fictício de suas observações.
e) a forma polida de tratamento entre as personagens revelando comicidade.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
Letra C
Explicação:
é fácil observar a critica social do texto que sim é meio infantil, mas que toca justamente na ferida em que os adultos tem, seja com opinião politica de esquerda ou religião extremista não se procura fazer o certo mas sim a ganancia
weulinuai:
sesi acr agradece
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